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Referência paralímpica do Brasil, Tenório vive dilema inédito no Parapan de Lima

O judoca fez a preparação para a disputa no Japão e lá foi informado que as categorias de até 100kg, que é a que ele disputa, e acima de 100kg, aconteceriam juntas

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Foto: Divulgação

Antônio Tenório luta judô desde os sete anos de idade, coleciona medalhas desde os Jogos Paralímpicos de Atlanta-1996 e a dois meses de completar 49 anos experimentou um dilema inédito na carreira. Às vésperas da estreia nos Jogos Parapan-Americanos de Lima ele ficou sem saber em qual categoria iria participar.

O judoca fez a preparação para a disputa no Japão e lá foi informado que as categorias de até 100kg, que é a que ele disputa, e acima de 100kg, aconteceriam juntas. Então os treinos e toda a alimentação foram programadas sem a preocupação de perder peso.

“Chegando aqui (em Lima) perguntei novamente se o meio-pesado iria participar junto com o pesado. Veio a resposta: sim. Na quarta-feira, fui informado que não iriam ser mais juntadas. Desde então estou perdendo peso para ficar na minha categoria, que é -100”, disse em entrevista ao Estado.

Tenório passou a correr contra a balança e perdeu rapidamente os cinco quilos que precisava. Mas na quinta-feira a organização do Parapan cogitou alterar novamente a decisão e juntar as categorias. No entanto, logo em seguida voltou atrás novamente. “Estou surpreso com a reação da organização. Nunca vi uma coisa dessas acontecer em Parapan e Paralimpíada”, disse o judoca.

Tenório ficou cego do olho esquerdo aos 13 anos, quando brincava com os amigos de estilingue e foi atingido por uma semente de mamona. Seis anos depois teve descolamento de retina no olho direito e ficou totalmente cego. Uma das principais referências da delegação brasileira, a maior dos Jogos de Lima, o judoca agora terá que se manter abaixo dos 100kg para sua estreia na competição que acontecerá no domingo.

O judô em Lima, no entanto, começa nesta sábado. Tenório buscará a quarta medalha em Parapan. Ele já tem um ouro (Rio-2007), um prata em Guadalajara-2011 e um bronze (Toronto-2015). Além disso, tem seis pódios paralímpicos – quatro ouros (Atlanta-1996, Sydney 2000, Atenas-2004 e Pequim-2008), uma prata (Rio 2016) e um bronze (Londres 2012).