Rio – Alvo de reclamações de funcionários, a empresa britânica Rebl, que opera a loja de produtos oficiais da Olimpíada localizada na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio, foi notificada nesta quinta-feira pelo Comitê Rio-2016. Os atendentes denunciaram ausência de banheiro na loja, limitação de tempo para irem ao banheiro que fica no quiosque em frente, falta de tempo hábil para o almoço e recebimento de quentinhas de má qualidade.
Localizada na areia, na altura da Rua Figueiredo Magalhães e com 1,8 mil metros quadrados de área, a megastore é o principal ponto de vendas de produtos dos Jogos Olímpicos. Abriu no último dia 1.º e só fecha em 30 de setembro, 12 dias após o término da Paralimpíada. Funciona das 10 às 22 horas e vende cinco mil itens entre suvenires, peças de vestuário, brinquedos e artigos para uso na praia.
Procurado nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, o Comitê Rio-2016 “lamentou o episódio ocorrido” e pediu “desculpas aos colaboradores da loja de Copacabana. A empresa responsável foi notificada e tomou as providências necessárias para que esse tipo de situação não se repita”. Entre as providências, está o pagamento de R$ 30 por dia para alimentação, por meio de depósito na conta dos funcionários.
“Eles vêm para o Brasil para lucrar o máximo possível, acham que aceitamos qualquer coisa. Não queriam cumprir a lei trabalhista brasileira. A equipe é tratada como se fossem todos uns desesperados por dinheiro”, disse um funcionário. Ele contou que cinco funcionárias passaram mal só esta semana depois de se alimentar das quentinhas entregues.
O funcionário relatou ainda que inicialmente o valor divulgado para a diária de trabalho era de R$ 75. Dias depois, foi informado que o ganho fixo mensal seria de R$ 1.500, o que desagradou aos contratados. Isso porque este salário seria o equivalente a apenas 20 dias de trabalho e a loja não fecha aos fins de semana.
Outra questão é a carga horária: 7 horas por dia, com direito a apenas vinte minutos de pausa para almoço e ida ao banheiro. O uso do quiosque localizado em frente à loja, que custa R$ 2, é pago pela empresa, mas os funcionários vêm sendo orientados a se segurar e utilizar o banheiro o mínimo possível.
A postura da Rebl mudou nesta quinta-feira, depois que o jornal O Globo publicou o caso. Foi prometida, inclusive, uma melhoria no banheiro do quiosque vizinho. A Rebl não respondeu aos questionamentos do jornal O Estado de S.Paulo.
Estão à venda produtos que vão de R$ 15 (um baralho) a R$ 9.500 (uma moeda de ouro comemorativa, que estava em falta ontem). Camisas polo saem a R$ 150, regatas, a R$ 80, canetas, a R$35, pelúcias dos mascotes, a R$ 115, cangas, a R$ 85, bonés, a R$ 75, biquínis, a R$ 275.
O público critica os preços. “Está tudo caríssimo. Comprei uma camiseta de R$ 120 e copos a R$ 35 o jogo, mas só para ter lembrancinhas mesmo. Não vamos ficar para os Jogos porque acho que tudo está sendo feito no improviso. Não vale a pena pagar tão caro pela hospedagem e por ingressos”, disse a turista de Belém Aretusa Remor, de 38 anos, que veio ao Rio de férias com o marido e vai embora neste sábado.