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São Paulo tenta organizar time para 'blindar' garotos

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São Paulo – O técnico argentino Edgardo Bauza reuniu os jogadores logo no começo da pré-temporada do São Paulo e passou prontamente o que queria ver de diferente no time. Em vídeo de partidas do ano passado, mostrou erros de posicionamento da defesa e falta de compactação nas linhas. Além disso, ele chamou a atenção para como tudo podia ser corrigido. O elenco assimilou o pedido e considerou que aplicar as alterações vai evitar expor os jovens zagueiros do time às vaias.

O setor defensivo do São Paulo sofreu muito em 2015, ao levar 31 gols de rivais paulistas em clássicos ao longo do ano. Nas duas últimas derrotas, os 3 a 1 para o Santos e nos 6 a 1 contra o Corinthians, a dupla de zaga foi formada por garotos das categorias de base, que sofreram com as cobranças e a insatisfação da torcida por atuarem em um time que, no entender de Bauza, jogava de forma desprotegida.

“Temos jogadores jovens e de qualidade. Muitos ficaram expostos no ano passado. Um grande exemplo é o Lucão, que a torcida pegou no pé em jogos dentro de casa, vaiou. Acho que essa cobrança foi um pouco exagerada”, defendeu o atacante Alan Kardec.

O zagueiro Lucão, de 19 anos, foi titular nesses clássicos contra Santos e Corinthians. Uma semana depois dos 6 a 1, o defensor foi bastante criticado pela torcida em jogo no Morumbi, com o Figueirense, e ficou bem abalado.

Na mesma condição, jogadores como o zagueiro Lyanco, de 18 anos, e o lateral-esquerdo Matheus Reis, de 20, sofreram para ter continuidade no time. Os dois foram titulares na derrota para o Santos, pelas semifinais da Copa do Brasil, quando o São Paulo jogou de forma bastante ofensiva e levou três gols nos 23 primeiros minutos. Depois dessa partida, ambos tiveram poucas chances.

Com poucos reforços previstos para o ano e o enxuto elenco de 26 jogadores, a probabilidade do São Paulo precisar dos garotos da base é grande. Por isso o time quer arrumar a defesa para evitar expor ao desgaste com a torcida atletas que no futuro tem potencial de negociação, como é o caso de Lucão, que tem passagens por todas as categorias das seleções brasileiras de base.

Em todos os trabalhos em 2016, o treinador argentino enfocou o posicionamento defensivo. O problema foi algo recorrente no São Paulo no ano passado e até mesmo um ex-treinador da equipe, Doriva, apontou o defeito logo que chegou ao cargo, em outubro. Bauza, agora com mais tempo para preparar a equipe, tem sido muito participativo nos treinos e nas orientações táticas.

“Vamos aprendendo o que ele quer aos poucos. Ele tem orientado para estarmos sempre compactados. Deu para perceber que os detalhes fazem a diferença. A tendência é que o time cresça muito de rendimento, porque ainda estamos apenas no começo de trabalho”, destacou Kardec, que agora assume o papel de jogar como o atacante centralizado, função preferida do jogador de 26 anos.