Esportes

'São Paulo trouxe Cueva em vez de investir em Maicon', diz diretor que se demitiu

‘São Paulo trouxe Cueva em vez de investir em Maicon’, diz diretor que se demitiu ‘São Paulo trouxe Cueva em vez de investir em Maicon’, diz diretor que se demitiu ‘São Paulo trouxe Cueva em vez de investir em Maicon’, diz diretor que se demitiu ‘São Paulo trouxe Cueva em vez de investir em Maicon’, diz diretor que se demitiu

São Paulo – O ex-diretor de futebol do São Paulo, Luiz Cunha, teve a saída do cargo oficializada nesta terça-feira e contou ao Estadão.com que tomou a decisão por não concordar com a contratação do atacante peruano Christian Cueva. De acordo com o ex-dirigente, a diretoria deveria ter guardado o montante de cerca de R$ 8,6 milhões para investir na contratação de Maicon, zagueiro que pertence ao Porto e tem contrato de empréstimo válido somente até 30 de junho.

No São Paulo desde março, Cunha afirmou que a negociação foi liderada pelo diretor executivo de futebol, Gustavo Oliveira, sem o seu aval. “Um ‘passarinho verde’ me contou que estávamos contratando um jogador que eu não tinha autorizado. O Gustavo me disse que ia custar só a transferência US$ 2,5 milhões, mas claro que em cima disso vem outras despesas”, disse. O meia Cueva, do Toluca, assinou contrato por quatro temporadas e fechou o vínculo nos Estados Unidos, onde está com a seleção peruana para a disputa da Copa América Centenário.

Segundo o ex-diretor, o custo total pela contratação deve ser mais alto. “Se o Gustavo está no CT e o jogador está sendo contratado no Peru e nos Estados Unidos, tem mais gente trabalhando pelo São Paulo e vai ter que receber. Imagino que isso alcance US$ 3 milhões (cerca de R$ 10,3 milhões)”, afirmou. Cueva vai se apresentar ao clube somente no fim do mês, depois do torneio no Estados Unidos.

“Cheguei a pedir para que parassem imediatamente o negócio, para que a gente pudesse concentrar esforços no Maicon, a nossa prioridade. Falei para não empenhar recursos financeiros agora, antes de saber o que vai acontecer com o Maicon”, disse Cunha. O zagueiro depende de renovar contrato com o clube para que possa jogar a semifinal da Copa Libertadores, em julho, contra o Atlético Nacional, da Colômbia. O São Paulo tem negociado com o Porto formas de viabilizar a contratação, como a troca por jogadores jovens do elenco.

O ex-diretor contou que cerca de dez dias depois de saber das conversas pelo peruano, durante a viagem do São Paulo para enfrentar o Figueirense, em Florianópolis, foi surpreendido pela informação de que a negociação estava fechada. “Assim que entramos no ônibus, no aeroporto, ele recebeu um contato no celular e bateu nas minhas costas: ‘O Christian acabou de assinar contrato lá nos Estados Unidos’. Eu fiquei muito frustrado”, afirmou.

Cunha disse que nos dias seguintes, conversou o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que tentou convencê-lo a não deixar o cargo. Uma reunião no fim da tarde de segunda-feira fechou a mudança no cargo. O ex-diretor chegou ao cargo em março, depois de mudanças no departamento de futebol, como as saídas do vice-presidente, Ataíde Gil Guerreiro, do antigo diretor, Rubens Moreno, e do coordenador técnico, Milton Cruz. “A minha expectativa era modernizar a gestão do futebol do São Paulo. Mas não foi possível”, disse Cunha.