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Seleção masculina encara uma Argentina renovada pelas quartas do vôlei masculino

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Rio

O mesmo clássico regional, mas com posições invertidas. O Brasil chegou à Olimpíada em casa como favorito no vôlei masculino e a Argentina, como o azarão disposto a atrapalhar a vida dos adversários. Mas, depois de sofrer até o último ponto para garantir a classificação na última vaga do grupo, a seleção do técnico Bernardinho agora se vê como um time de “operários”, que vai brigar contra a equipe de melhor campanha pelas quartas de final, nesta quarta-feira, no ginásio do Maracanãzinho, às 22h15.

“Somos o quarto colocado, contra o primeiro. Nós é que somos o azarão agora”, disse o levantador e capitão Bruninho, rejeitando com bom humor o coro de “o campeão voltou” entoado pela torcida após a vitória contra a França por 3 sets a 1, na última segunda-feira. “É um jogo de igual para igual, tem que ter humildade. Somos um time de operários que precisa estar todo jogo sem perder a agressividade e tirar o pé do acelerador em nenhum momento”, completou.

Quem passar vai pegar na semifinal o vencedor do jogo entre Canadá e Rússia, que abrem as quartas de final pela manhã. Em Sydney-2000, os dois países sul-americanos se encontraram na mesma fase. O Brasil foi eliminado pela Argentina nas quartas de final após o roteiro ter sido o inverso na etapa anterior. Naquele ano, a seleção liderou o grupo, com cinco vitórias e 100% de aproveitamento, e a Argentina passou em quarto lugar. Agora, o cenário se inverteu.

“Se há um mês alguém dissesse que a Argentina seria a primeira colocada no grupo eu responderia: ‘sem chances’. É como um sonho para nós”, disse o oposto argentino José Luis González. Na primeira fase, a equipe só perdeu para a Polônia, segunda colocada, e venceu por 3 sets a 1 a atual campeã olímpica, a Rússia, fora derrotar o Irã, o outro classificado da chave.

O finalista nas três últimas edições dos Jogos, o Brasil, admite temer o poderio mostrado pela Argentina. “É um dérbi regional, tem uma tensão, mas a gente não pode cair nisso, tem de ter atitude. Vai ser nesse padrão de emoção e dificuldade. Não dá para minimamente relaxar”, completou o treinador, após se dizer “aliviado” por ter garantido a classificação contra a França, em confronto direto por vaga às quartas de final.

Parte do sucesso da renovada equipe Argentina se deve ao técnico Julio Velasco. “Acredita-se demais que uma pessoa possa mudar tudo. Entendemos que o que nos ajudou a avançar foi o processo em que cada um tem um papel”, disse.

A postura dos jogadores brasileiros na última partida foi destacada por Bernardinho como uma demonstração de “agressividade” diante da ameaça de eliminação. Para ele, o time teve coragem e não se desesperou em momentos de dificuldade.

A equipe chegou para o confronto contra a França “com a faca no pescoço”, descreveu o atacante Evandro. Segundo ele, os jogadores sentiram uma “pressão como nunca na vida”. “Era ganhar ou voltar para casa e passar vexame”, disse.