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Sem poder, presidente da CBF não pode nem se pronunciar em Zurique

Marco Polo Del Nero, apesar de estar licenciado, é quem toma as decisões. O dirigente foi indiciado nos Estados Unidos por corrupção e é investigado pela Fifa

Sem poder, presidente da CBF não pode nem se pronunciar em Zurique Sem poder, presidente da CBF não pode nem se pronunciar em Zurique Sem poder, presidente da CBF não pode nem se pronunciar em Zurique Sem poder, presidente da CBF não pode nem se pronunciar em Zurique
A eleição que ocorre nesta sexta-feira (26), elegerá o novo presidente da entidade máxima do futebol mundial Foto: Reprodução/Instagram

Zurique – Sem poder, o presidente interino da CBF, coronel Antônio Nunes, agora também não tem voz. A entidade passou a blindar o cartola e impedir que dê declarações à imprensa. Nunes chegou à cidade de Zurique na última terça-feira (23), para sua primeira visita à Fifa, e para a eleição que ocorre nesta sexta-feira e elegerá o novo presidente da entidade máxima do futebol mundial.

Se no primeiro dia de seu trabalho ele deu declarações, insistiu que desconhecia a corrupção no futebol e até apontou para o melhor jogador do mundo, Nunes agora não se atreve nem mesmo a dizer em quem vai votar na eleição da Fifa. “Eles já falaram”, respondeu o coronel à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, sem explicar quem teria sido.

A diretoria de comunicação da CBF impediu jornalistas de chegar perto do cartola, ele tem evitado sair de seu quarto e aperta o passo ao ser questionado pela reportagem sobre o motivo do silêncio. Outro membro da CBF admitiu, na condição de anonimato: “Coitado, precisamos protege-lo”.

Na terça-feira, ao sair para jantar pela cidade de Zurique, o coronel tentou deixar um restaurante de comida típica suíça sem falar com os jornalistas. “Onde é que fica a porta?”, perguntou.

Marco Polo Del Nero, apesar de estar licenciado, é quem toma as decisões. O dirigente foi indiciado nos Estados Unidos por corrupção e é investigado pela Fifa. Por isso, não deixa o Brasil, sob o risco de ser preso. Para evitar perder o controle da CBF, manobrou para colocar Nunes como presidente.

Se ele não pode falar, o coronel pelo menos sairá de Zurique com uma diária de R$ 4 mil, paga pela Fifa. Outros dois dirigentes do Brasil também viajaram, bancados também pela Fifa. Um deles é o presidente da Federação do Acre, Antonio Aquino, além do presidente da Federação Baiana, Ednaldo Gomes. A CBF, como um todo, tem direito a US$ 3 mil, R$ 12 mil. Apenas para gastos como restaurantes ou compras.