Rio –
Em busca do tricampeonato olímpico, a seleção feminina de vôlei estreia neste sábado no ginásio do Maracanãzinho, no Rio, sem uma de suas atletas mais versáteis. Sentindo uma lesão na panturrilha esquerda, a central Thaísa ficará de fora da partida contra Camarões, às 15h30. Apesar do desfalque, a equipe aposta na experiência das jogadoras para vencer a ansiedade da estreia em casa.
“É uma responsabilidade muito grande”, resumiu o técnico consagrado nas duas últimas competições, José Roberto Guimarães. “Todo mundo está com frio na barriga. A expectativa é grande, mas elas estão preparadas”, completou.
O técnico descarta o favoritismo – para ele, a competição favorece que equipes ganhem confiança durante os Jogos. Ele cita como principais oponentes as seleções da Sérvia, pela força do ataque, e dos Estados Unidos, adversária na final do Grand Prix, em julho, vencida pelo Brasil.
A favor da seleção está a torcida no Maracanãzinho, que tem ingressos esgotados para todas as partidas. A torcida dá como certa uma medalha da equipe que, em caso de ouro, se igualará à rival Cuba como únicas seleções tricampeãs. “Encaramos a torcida como algo positivo. A gente torce para que o vôlei, na Olimpíada, seja o primeiro esporte nacional, na boca da torcida”, contou Gabi, estreante e caçula da seleção, com 22 anos.
Outra estreante, Juciely, com 36 anos, assumirá a posição central na partida de estreia. A titular Thaísa ainda se recupera da lesão e não participou dos dois últimos jogos-treinos contra China e Sérvia. No último treino da seleção, nesta sexta-feira, fez apenas exercícios físicos e de saque.
“Ela tem variação de ataque importante e atrai a atenção do bloqueio adversário. É um ponto de força muito grande no nosso time, é uma preocupação grande”, explicou José Roberto Guimarães. A previsão é que a atleta só retorne aos treinos normais a partir de segunda-feira. “Estamos correndo contra o tempo”, disse o médico da equipe, Júlio Nardelli.
O primeiro adversário da seleção é Camarões, que em sua estreia em uma Olimpíada já encara o grande objetivo de toda a competição. “Ganhar do Brasil”, disse, confiante, o técnico Jean Akono. A delegação está no País há dois meses em busca de melhores instalações e de qualificação técnica. “Não temos essa preparação no nosso País. Há dois anos temos uma grande evolução. Termos nos qualificado foi um momento de grande felicidade para nós e para a torcida”, relembrou.
A torcida camaronesa invadiu a quadra na final do Pré-Olímpico da África, após a classificação. “É um momento que acontece uma vez na vida e nós estamos aqui para aproveitar ao máximo e isso significa honrar nosso País”, disse o treinador.
A seleção enfrentou o Brasil no último Grand Prix. Após a derrota, por 3 sets a 0, as camaronesas chamaram as jogadoras brasileiras para dançar na quadra. A cena deve se repetir neste sábado. “É um time que não tem nada a perder e vão aproveitar esse momento. Não podemos bobear”, disse Gabi.