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Sequência de erros levaram ao rebaixamento do Inter

Sequência de erros levaram ao rebaixamento do Inter Sequência de erros levaram ao rebaixamento do Inter Sequência de erros levaram ao rebaixamento do Inter Sequência de erros levaram ao rebaixamento do Inter

Rio – O dia 11 de dezembro de 2016 ficará marcado como o mais triste da história do Internacional. O empate com o Fluminense por 1 a 1, no Estádio Giulite Coutinho, em Mesquita (RJ), pela última rodada do Campeonato Brasileiro, decretou o rebaixamento do time gaúcho para a Série B. A queda foi resultado de uma série de falhas ao longo da temporada.

Maior expoente técnico do time desde 2008 e principal liderança do time, o argentino Andrés D’Alessandro foi emprestado ao River Plate no início do ano. A relação do jogador com a diretoria estava desgastada, e eram comuns declarações públicas divergentes.

Sem D’Alessandro, o Inter perdeu seu capitão e a torcida ficou órfã de um ídolo em campo. Do goleiro ao atacante, não se via um único jogador diferenciado ou capaz de chamar a responsabilidade em momentos cruciais. O Inter disputou o Brasileirão pela primeira vez em mais de uma década com um time comum.

Desde 2006, praticamente todos os anos o Internacional foi apontado como um dos favoritos ao título – algo que nunca se confirmou. Este ano, ninguém acreditava nessa possibilidade. Bastava ver o elenco. À exceção da contratação do goleiro Danilo Fernandes – que acabou se confirmando como acertada -, e de nomes como os jovens William, Rodrigo Dourado, Valdívia e Vitinho, o time do Inter era formado por jogadores medianos ou decadentes. Anderson, que teve passagem pelo Manchester United e até pela seleção brasileira, nunca conseguiu demonstrar bom futebol no clube. A dupla de zaga titular, Paulão e Ernando, não passava a menor confiança. No meio campo, não havia um armador. No ataque, só havia um finalizador nato (Vitinho). Provavelmente nenhum torcedor do Inter, em nenhum momento da competição, soube escalar o time de cabeça.

Vitório Piffero começou a temporada com uma diretoria de futebol inexperiente. Escolheu para o cargo de vice de futebol o amigo Carlos Pellegrini, que antes era diretor daquele departamento. Sem estofo para o cargo e com maus resultados de campo, Pellegrini logo ficou na mira da torcida. Após a derrota para o Corinthians em casa, no primeiro turno, o vice deixou o cargo e Piffero acumulou a função em que havia tido sucesso dez anos atrás. Dessa vez, falhou.

Com a zona de rebaixamento aparecendo no retrovisor, o Inter mudou todo o departamento de futebol em agosto. Dirigente mais vitorioso da história do clube e amigo de Vitório Piffero, Fernando Carvalho aceitou os apelos do cartola e voltou ao clube. Ao assumir, apresentou o que chamou de “Swat Colorada”: definiu Newton Drummond, o Chumbinho, como diretor-executivo de futebol – cargo que já ocupara em momentos vitoriosos da última década -, e Ibsen Pinheiro como diretor do departamento – o ex-deputado fora dirigente vitorioso nos anos 1970. A “Swat” também contava com a solução para devolver o time ao convívio das vitórias: o técnico Celso Roth.

Além disso, o Inter cometeu um dos erros clássicos de um time fadado a afundar: a troca constante de treinadores. O time teve quatro técnicos do Brasileirão, cada um com um estilo de jogo diferente – e dois deles mal tiveram tempo de demonstrar isso.

A equipe começou a temporada comandada por Argel Fucks, contratado em agosto do ano passado. Pragmático, disse certa vez que preferia “ganhar por 1 a 0 do que por 2 a 1, porque isso significava que meu time não sofreu gol”. O resultado foi um time com vocação defensiva, que marcava forte, fazia muitas faltas e buscava a vitória em contra-ataques. Começou o Brasileirão com bons resultados, mas emendou seis jogos sem vitória e foi demitido com aproveitamento de 47,6 % na competição.

O substituto escolhido foi um dos maiores ídolos da história do Inter, Paulo Roberto Falcão. Estava sem clube desde o início da temporada e sem ainda ter conquistado um título de expressão como treinador. Na apresentação, disse que seu objetivo era “fazer o time ganhar jogando bonito”. Mas, em cinco jogos, o Inter de Falcão conseguiu apenas dois empates – um aproveitamento pífio, de 13,33%.

Foi aí que Roth chegou. Em sua apresentação, lembrou que havia todo o returno pela frente e que a pontuação que o Inter precisava alcançar no campeonato, apesar de difícil, era “absolutamente administrável”. Ele assumiu o time na 13.ª colocação e comandou a equipe por 22 partidas. Mesmo sendo o técnico que mais ficou à frente da equipe no Brasileirão, não conseguiu dar padrão de jogo e nem sequer formar um time titular. De quebra, arrumou briga com a torcida por relegar jogadores considerados importantes – deixou o venezuelano Seijas, um dos jogadores mais técnicos do time, na reserva, deu pouco espaço para Valdívia e raramente escalava Nico López, que acabaria lesionado e afastado. Deixou o time a três rodadas do fim, com 36% de aproveitamento.

Por fim, o Internacional apostou em Luiz Carlos de Lorenzi, o Lisca – que ganhou a alcunha de “Doido” pelo jeito efusivo com que comemora os gols. O técnico assumiu o time já em situação delicada. Na estreia, perdeu para o Corinthians no Itaquerão, vencendo o Cruzeiro em casa na sequência. Os resultados foram insuficientes para levar o Inter à última rodada, contra o Fluminense, dependendo apenas de suas forças. E o time nem fez a sua parte, pois só empatou por 1 a 1 em Mesquita (RJ).