
Chegar ao UFC é o sonho de 10 entre 10 lutadores profissionais de MMA no mundo inteiro. Mas chegar e permanecer por lá é uma tarefa das mais difíceis. Um feito que a capixaba Karol Rosa pode ser orgulhar de ter alcançado.
Ela é hoje a única lutadora mulher do Espírito Santo na maior organização de MMA do mundo. E está entre as 10 melhores da categoria peso galo (até 61,2kg), o que ainda mantém vivo o sonho de lutar pelo cinturão.
Natural de Vila Velha, Karol Rosa tem 30 anos e chegou ao UFC em 2019. Desde então, fez 12 lutas pela organização, com oito vitórias e quatro derrotas.
Estreou no UFC com vitória sobre a mineira Lara Fritzen em Shenzhen, na China. Já a sua última luta foi em agosto deste ano em Las Vegas, onde venceu a francesa Nora “Wonder” Cornolle por decisão unânime dos juízes.
“Eu ainda sou nova, tenho 30 anos. Ainda tenho muita coisa pra mostrar ao UFC. Quero continuar lutando com as melhores da categoria e ser campeã!”
Karol Rosa, lutadora do UFC
Melhor luta do ano em evento do UFC
Karol Rosa está no Top 10 da categoria peso galo do UFC, que tem a americana Kayla Harrison, bicampeã olímpica no judô (Londres-2-12 e Rio-2016), como atual campeã.
Em 2023, a capixaba viveu um dos momentos mais marcantes da trajetória ao encarar Irene Aldana. O combate foi eleito “Melhor Luta Feminina do Ano” pelo UFC e valeu um bônus de R$ 247 mil na época.
“Não saí com a vitória, mas dei o meu máximo. Naquele dia percebi o quanto eu era boa no que fazia”, lembra.

Rotina intensa e foco total
Depois de um período morando em Las Vegas, nos Estados Unidos, onde treinou no Instituto do UFC, Karol voltou ao Brasil e se estabeleceu em São Paulo (SP), onde divide a rotina de treinos com a esposa — também lutadora do UFC — e comanda uma academia exclusivamente feminina.
“Minha rotina é de segunda a sábado, com treinos físicos e de MMA pela manhã, e treinos técnicos à tarde e à noite. É puxado, mas é o que amo fazer.”
Sobre o tempo nos Estados Unidos, ela destaca o aprendizado: “Lá no Instituto do UFC, eu aprendi muito sobre nutrição, preparação física e como entender melhor o meu corpo. Foi um período importante pra minha evolução.”
Pouco reconhecimento no Espírito Santo
Mesmo sendo a lutadora capixaba mais longeva na principal franquia de MMA do mundo, Karol confessa que ainda sente falta de valorização em seu estado natal.

“No Espírito Santo, o reconhecimento é baixo. Sou a única mulher do Estado no UFC, mas a galera não liga muito pra isso. E não falo só por mim, tem muito atleta bom que também precisa de apoio e investimento”, lamenta.
Karol reconhece que o preconceito contra mulheres lutadoras diminuiu, mas ainda existe
“Hoje eu vejo menos preconceito, mas ainda escuto histórias tristes de meninas que chegam na minha equipe. A luta feminina conquistou espaço, mas a caminhada ainda é longa.”
Mesmo morando em São Paulo, o coração segue no Espírito Santo. “No tempo que morei fora, o que mais sentia falta era da família e dos amigos. Agora, consigo aproveitar mais isso — e, claro, a comida capixaba, que é a melhor do mundo”, brinca.
Quem é ela
- Nome completo: Karolline Rosa Cavedo
- Idade: 30 anos
- Naturalidade: Vila Velha (ES)
- Categoria: Peso Galo (61,2 kg)
- Estreia no UFC: 2019
- Cartel no UFC: 8 vitórias | 4 derrotas
- Total de lutas profissionais: 22
- Onde mora: São Paulo (SP)
- Destaque: “Melhor Luta Feminina do Ano – UFC 2023” (vs. Irene Aldana)
- Objetivo: Disputar o cinturão e inspirar novas gerações de lutadoras