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Sucessor de Morlán mantém foco nas medalhas olímpicas na canoagem velocidade

Com a metodologia de Morlán e o talento dessa geração da canoagem velocidade, o objetivo é de brilhar nos Jogos Olímpicos

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Foto: Divulgação

Após a morte em novembro de Jesus Morlán, considerado o maior técnico da canoagem velocidade, Lauro de Souza Júnior assumiu o trabalho com a equipe brasileira de canoa em Lagoa Santa (MG). Entre seus atletas estão Isaquias Queiroz, considerado um talento da modalidade, e Erlon Souza, outro medalhista olímpico.

Lauro conviveu por muito tempo com Morlán e aprendeu bastante com ele. A morte precoce do espanhol, que perdeu batalha contra um câncer no cérebro, deixou todos tristes na equipe, mas o profissional já tinha feito um planejamento detalhado para que os brasileiros possam brilhar novamente nos Jogos Olímpicos – na edição do Rio, em 2016, Isaquias foi ao pódio três vezes.

“Quanto aos treinamentos até Tóquio, não é que esteja tudo escrito, mas o planejamento de 2019 foi boa parte feito antes do falecimento dele. Nós já havíamos estabelecido o caminho que pretendemos seguir até os Jogos Olímpicos”, disse Lauro, em entrevista ao Estado.

Morlán era bastante metódico e tinha certeza de que isso ajudaria a levar Isaquias ao ouro em 2020. Foi o técnico espanhol quem lapidou o canoísta David Cal, que conquistou cinco medalhas olímpicas (uma de ouro e quatro de prata), tornando-se o espanhol com mais pódios olímpicos na história de seu país. Sem falar das dez medalhas em Mundiais.

“Profissionalmente o Jesus foi fundamental para minha formação como treinador, eu me considero um privilegiado por ter tido a oportunidade de trabalhar e conviver com ele. Além de ser um dos melhores treinadores do mundo, ele era uma pessoal diferenciada, que me ensinou tudo que sei como treinador e acima de tudo me ensinou para vida com seu comprometimento, organização e também pela forma com que ele se relacionava com as pessoas em torno dele. Com certeza me ajudou a ser uma pessoa melhor”, contou Lauro.

A maior preocupação da Confederação Brasileira de Canoagem, e também do Comitê Olímpico do Brasil, era como os atletas iriam reagir com a perda do treinador. Principalmente em relação a Isaquias, que considerava Morlán um pai e virou um fenômeno da modalidade nas mãos do técnico espanhol. Mas Lauro garante que, apesar da tristeza, os atletas querem vencer em Tóquio para dedicar a conquista a Morlán.

“O trabalho com os atletas está tranquilo, pois é como se fosse a continuidade de um trabalho. Então está sendo muito natural, apesar de sentirmos falta da presença do Jesus. A reação de todos foi de muita tristeza. Jesus era o porto seguro de todo o time, mas como ele próprio ensinou a todos, independentemente dos obstáculos era importante seguir adiante. Hoje o grupo já assimilou a perda e já está emocionalmente bem. Lógico que sentimos falta da presença dele no nosso dia a dia, mas hoje o grupo está focado em ter sucesso em Tóquio por ele”, comentou.

Com a metodologia de Morlán e o talento dessa geração da canoagem velocidade, o objetivo de brilhar nos Jogos Olímpicos está mantido. “A meta é conquistar as medalhas em Tóquio. Quando se trabalha com atletas do nível do Isaquias e do Erlon não tem como não pensarmos em medalhas. Mas temos muito trabalho até lá. A nossa competição não é apenas em Tóquio, para nós a nossa competição já começou. Todos os dias é preciso treinar com qualidade até 2020 para chegarmos em condições de brigar por medalhas”, avisou Lauro.