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Suíça suspeita que CBF lavou dinheiro em contratos com parceiros comerciais

Suíça suspeita que CBF lavou dinheiro em contratos com parceiros comerciais Suíça suspeita que CBF lavou dinheiro em contratos com parceiros comerciais Suíça suspeita que CBF lavou dinheiro em contratos com parceiros comerciais Suíça suspeita que CBF lavou dinheiro em contratos com parceiros comerciais

Genebra – O Ministério Público da Suíça investiga os contratos secretos da CBF com parceiros comerciais e examina as suspeitas de que eles possam ter sido usados para justificar lavagem de dinheiro. A meta é tentar traçar a rota do dinheiro que passava pela entidade e por seu ex-presidente, Ricardo Teixeira. A suspeita é de que o cartola teria recebido uma propina milionária para votar pelo Catar para sediar a Copa de 2022. Os investigadores suíços querem saber se houve lavagem de dinheiro usando contas nos bancos locais.

A Agência Estado revelou na última sexta-feira que os escritórios da Kentaro na Suíça foram alvo de uma operação. A Kentaro organizava os jogos da seleção brasileira entre 2006 e 2012. A cúpula da companhia confirmou a ação da Justiça e disse que vem fornecendo documentos desde 2013.

O MP suíço também confirma a operação. “A companhia Kentaro AG no cantão de Saint Gallen entregou informações à Procuradoria-Geral no quadro de uma coleta de evidências em base cooperativa”, declarou a assessoria de imprensa do Ministério Público. “Essa entrega de documentos ocorreu no dia 27 de maio de 2015.”.

A Agência Estado apurou que o confisco envolveu centenas de páginas de contratos e de fluxos de pagamentos para a CBF, além de organogramas de depósitos. No interrogatório, que ocorreu em total sigilo, os dirigentes da Kentaro foram solicitados a explicar o fluxo do dinheiro, desde os contratos comerciais, televisão, gastos com a organização e o que seria dado para cada federação nacional.

Segundo a apuração do MP, a CBF recebeu oficialmente US$ 2 milhões pelo jogo contra a Argentina no Catar. Mas a suspeita levantada pelos investigadores é de que um valor ainda maior foi diretamente para o bolso de Ricardo Teixeira, o que poderia ser o indício de uma propina.

INTERMEDIÁRIA – Para que o dinheiro chegasse ao brasileiro, a suspeita é de que foi utilizada uma empresa com sede na Suíça que seria a intermediária de interesses do Catar. Trata-se da Swiss Mideast Finance Group, que ajudou a financiar a partida com seus parceiros ocidentais. A companhia é a mesma que presta consultoria para a Qatari Diar, construtora estatal e que é responsável pelas obras da Copa do Mundo.

A Qatari Diar é presidida por Ghanim Bin Saad, que acumula a gerência da Ghanim Bin Saad Al Saad & Sons Group Holdings (GSSG) – responsável por obras da Copa. Contactadas pela reportagem, as empresas se recusaram a comentar seu envolvimento no jogo do Brasil contra a Argentina ou com a CBF.