
Um dos principais polos de va’a (canoa havaiana) do Brasil e sede de uma etapa da World Surf League (WSL) pela primeira vez, o Espírito Santo começa a ser referência em outra modalidade que une os dois mundos: o surfe de canoa.
A modalidade vem crescendo e já conta com um Circuito Brasileiro, que teve duas equipes capixabas entre as três melhores do ranking em 2025 na OC4 Surf.
A Vila Nôra, de Santa Cruz, em Aracruz, fechou o ano como vice-campeã brasileira nas categorias geral masculino e geral feminino, além de um terceiro lugar na categoria mista. E a Maori Va’a, de Vila Velha, foi a terceira colocada no geral masculino. O título geral ficou com a equipe Pipa, do Rio Grande do Norte.
“Eu sempre fiz atividades no entorno de Santa Cruz, como surfe, mergulho, stand up, caiaque e montain bike. Com a chegada da canoa havaiana, logo criamos interesse e adquirimos as nossas. Eu já surfava e juntar a canoa com o surfe deu super certo. Aracruz é muito propício à essa atividade, se destacando no cenário nacional”, conta Jonas Guedes, capitão da equipe Vila Nôra.
A equipe vice-campeã brasileira masculina é formada por Jonas Guedes, João Vitor, Felipe Seda e Felipe Rocio. Na equipe feminina, estiveram Maely Carneiro, Rosicleia Matos, Bárbara Gazperazzo e Sara Hoppe. Já o time misto foi com Maely Carneiro, Felipe Rocio, Bárbara Gazperazzo e Camilo Salvador.


ES como referência nacional
De Vila Velha, a equipe Maori Va’a também fechou o ano em alta, ficando entre as três melhores do País na classificação geral masculina. Formada por Obed Jr., Leonardo Soares, Tiago Carneiro, Joelson Coelho, Fernando Geller, Claudio Jerry, João Aloha e Elione Souza, a equipe é uma das pioneiras da modalidade no Estado.
“O surfe de canoa iniciou no Espírito Santo há cinco anos, tendo como precursores a base Maori Va’a, com os atletas que já surfavam com pranchas de surfe. A partir daí, com treinos seguidos, os remadores das outras bases foram sendo incluídos. O capitão precisa de noções de surfe e de ondulação”, conta Obed Jr.

Em 2025, a Ponta da Fruta, em Vila Velha, recebe uma das etapas do Circuito Brasileiro. Outros pontos com boas condições para o surfe de canoa no Estado são as praia da Guanabara, em Ubu (Anchieta), Jacaraípe e Manguinhos (Serra), Praia Grande (Fundão), Santa Cruz (Aracruz) e Regência (Linhares).
Temos mais equipes do Espírito Santo que se destacam nas etapas, como a CPP Extreme Vitória, Va’a Canoeiros, Manguinhos Va’a, Guriri Va’a e outras que estão se formando. A expectativa é de que o Estado seja referência nacional até dezembro de 2026″
Obed Jr., da equipe Maori Va’a
O que é o surfe de canoa?
O surfe de canoa é originário do Havaí e era uma prática esportiva reservada à realeza. A partir de 1819, os “plebeus” puderam participar livremente do esporte.
Há vários tipos de canoas para o surfe de canoa, mas a mais praticada é a OC4, praticada em canoa de quatro pessoas. A canoa é mais “potente” do que uma prancha de surfe, porém, é menos manobrável.
Numa competição de surfe de canoa, a pontuação é gerada após serem avaliados pontos como grau de dificuldade do “drop”, mudança de direção da canoa, velocidade sem os remos, fluidez, conjunto e as evoluções (manobras).