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Técnicos têm problemas após carreira de jogador, alerta cardiologista

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O cardiologista Nabil Ghorayeb faz um alerta: ex-jogadores que, após aposentadoria dos gramados, viram treinadores têm mais chances de sofrer com arritmia cardíaca. Em março, por exemplo, Abel Braga passou mal durante um jogo do Flamengo contra o Fluminense.

“Essa arritmia se chama fibrilação atrial. Detectamos nos últimos cinco anos um aumento desses casos em técnicos ex-atletas, aqueles que já foram jogadores no passado. Estudos apontam que até 20% dos ex-atletas têm esse tipo fibrilação atrial. É muito comum em idosos acima de 75 anos, mas começou a aparecer também em ex-atletas na faixa dos 55 anos que, na juventude, praticavam atividades físicas em alta intensidade. O coração cresce de tamanho acima da média e acaba formando pequenas cicatrizes”, explicou o cardiologista.

São exatamente esses os casos de Abel Braga, Renato Gaúcho, Muricy Ramalho, Cuca e Levir Culpi – todos vítimas de problemas de saúde à beira do gramado.

Como os treinadores de futebol têm um alto nível de estresse e muitos são sedentários e obesos, lembra Ghorayeb, isso favorece o aparecimento da fibrilação atrial. “Exercícios físicos intensos na juventude podem causar problemas, dependendo dos hábitos de vida do ex-atleta. Não é mortal, mas causa mal-estar. Se não for tratado a tempo, pode provocar até um derrame cerebral”, diz.

A Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF) pretende lançar uma campanha alertando sobre a necessidade de os técnicos cuidarem mais da saúde. O presidente da entidade, Zé Mário, afirma que a ideia é conscientizar os treinadores de que eles precisam passar regularmente por exames médicos, sem depender da CBF ou dos clubes.

“Vamos pedir e colocar isso para os treinadores, porque é uma coisa muito perigosa. Tem de estar atento. É muita pressão, muito nervosismo na hora do jogo. O atleta, normalmente, faz exames médicos uma vez por ano. Um ex-atleta que vira treinador tem de manter esse costume. É uma coisa da vida do próprio técnico, não adianta a CBF ou o clube exigir”, explica Zé Mário.