Esportes

Troféu Brasil de Atletismo marca volta de Ana Cláudia às grandes competições

Troféu Brasil de Atletismo marca volta de Ana Cláudia às grandes competições Troféu Brasil de Atletismo marca volta de Ana Cláudia às grandes competições Troféu Brasil de Atletismo marca volta de Ana Cláudia às grandes competições Troféu Brasil de Atletismo marca volta de Ana Cláudia às grandes competições

São Paulo – Recordista brasileira nos 100 metros e sul-americana nos 200m rasos, Ana Cláudia Lemos volta às grandes competições nesta sexta-feira, às 14h30, no Troféu Brasil de Atletismo, para deixar as sombras do passado para trás. O primeiro passo é obter o índice para o Mundial de Londres, em agosto, na prova mais rápida do atletismo (11s26) e ajudar o Pinheiros – sua nova casa – na conquista do bicampeonato.

Em 2016, a velocista viveu um dos momentos mais conturbados de sua carreira. Em março, seu exame antidoping apontou a presença da substância proibida Oxandrolona e, apesar de ser inocentada após provar que houve contaminação cruzada de um medicamento, ela teve de cumprir cinco meses de suspensão por negligência.

O episódio deixou Ana Cláudia mais meticulosa em sua rotina. “Sempre fui desconfiada, não pegava alimento e água da mão de ninguém. Após o doping, eu pirei. É uma loucura. Se meu noivo abre a minha água, eu já não tomo mais. Pesquiso, pergunto para meu médico mil e uma vezes sobre os medicamentos. Já era neurótica, agora sou mais. Fico com medo. Eu me cuidava tanto e aconteceu, agora me cuido muito mais.”

A vigilância sobre ela também aumentou. A atleta mais rápida do Brasil estreou na temporada em 10 de maio, com o 2.º lugar no Circuito Ouro, organizado pela Federação Paulista de Atletismo. Ela foi submetida a quatro exames antidoping até agora. “Este ano, já fiz dois (exames) de sangue, dois de urina e um passaporte biológico. Levando em consideração que vou fazer minha segunda competição, estou sendo bastante testada e acho isso até bom.”

A velocista teve de aprender a conviver com julgamentos e precisou de tempo para “digerir” as ofensas. O caso de doping, contudo, não foi o único trauma enfrentado por Ana Cláudia no ano passado. O desconforto no joelho direito que a impediu de competir na Olimpíada do Rio virou uma grave lesão.

“Foram cinco meses e meio para me recuperar de um edema ósseo, um desgaste de cartilagem e um desequilíbrio muscular. Devido ao estresse que tive no período do doping, algumas coisas dentro de mim não se resolviam”, explicou. Com isso, foi buscar ajuda psicológica. “Estava mais brava, irritada e intolerante. Precisei de uma psicóloga para me motivar.”

Depois de cerca de um ano sem clube, Ana Cláudia assinou contrato com o Pinheiros. Para 2018, a meta é superar o próprio limite nos 200 metros (22s48). Ela tem um planejamento detalhado até os Jogos de Tóquio, em 2020, e promete seguir à risca para honrar sua própria história.