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Único representante sueco no Circuito Mundial de Surfe tem raízes no Brasil

Único representante sueco no Circuito Mundial de Surfe tem raízes no Brasil Único representante sueco no Circuito Mundial de Surfe tem raízes no Brasil Único representante sueco no Circuito Mundial de Surfe tem raízes no Brasil Único representante sueco no Circuito Mundial de Surfe tem raízes no Brasil

Kian Martin, o único representante sueco no Circuito Mundial de Surfe, tem raízes brasileiras. O surfista de 18 anos nasceu na Suécia, foi morar na Indonésia com apenas duas semanas de vida e é filho de um brasileiro. “Todo mundo me pergunta: de onde você é? E é muito difícil responder porque eu tenho que explicar tudo”, contou Kian em entrevista ao Estado durante o Oi Hang Loose Pro Contest, a etapa de Fernando de Noronha da divisão de acesso.

Quem não conhece Kian sequer imagina que o surfista é sueco. Ele fala português perfeitamente e tem até um sotaque carioca. Quando questionado sobre o idioma, ele ri. “Todos acham engraçado o fato de eu não parecer um estrangeiro”.

O sotaque carioca tem explicação. Quando está no Brasil, o destino do surfista é o Rio de Janeiro, onde mora a sua irmã. Já o português perfeito, ele aprendeu aprender ouvindo o seu pai falar. “Eu sempre escutava o meu pai falar e entendia tudo, mas eu ficava com vergonha de repetir. Há dois anos eu não falava nada de português. Aprendi o idioma sozinho, nunca estudei. Eu consigo escrever também”, contou Kian, que fala outros três idiomas. “Eu falo inglês, indonesiano, português e um pouco de sueco”.

Para ele, o idioma mais fácil de aprender foi o português. Os outros, ele precisou estudar. “O mais difícil é o sueco, até agora eu não consigo falar direito”, disse. Na Suécia mora a sua mãe, mas ele convive com o pai desde a separação dos dois, ainda quando criança.

A ligação com o surfe veio da relação de amizade e companheirismo que Kian tem com o pai brasileiro. “Eu moro com o meu pai em Canggu (Vila em Bali, na Indonésia). Ele gosta de surfar também, então a gente surfa todos os dias. Lá sempre tem ondas e eu acho bem maneiro”, contou.

Kian tem o pai como inspiração. “Desde criança ele sempre me incentivou e eu via ele surfar. Ninguém falou para eu começar a surfar, foi natural, eu nasci para isso”, explicou. Essa é a segunda vez que Kian está em Fernando de Noronha. “Só de estar aqui eu estou feliz da vida. É um paraíso. Tem altas ondas. A galera daqui é muito gente boa”.

Na competição, Kian caiu na bateria do atual campeão Jadson André e acabou não avançando. Sua média de pontos foi de 5,97, em quarto lugar. Já o potiguar ficou na liderança somando 12,50.