Esportes

Zico critica falta de um 'camisa 10' no time titular do Brasil

Zico critica falta de um ‘camisa 10’ no time titular do Brasil Zico critica falta de um ‘camisa 10’ no time titular do Brasil Zico critica falta de um ‘camisa 10’ no time titular do Brasil Zico critica falta de um ‘camisa 10’ no time titular do Brasil

Boston – Dois anos depois do fracasso na Copa do Mundo em casa, a seleção brasileira ainda patina para reencontrar o caminho e voltar a assustar os adversários. A análise é de Zico, para quem o trabalho de Dunga tem pontos positivos, mas ainda há muita indefinição. Ele também entende que o momento turbulento por que passa o comando da CBF atrapalha o trabalho, pois acaba expondo a comissão técnica. “Não está legal”, resumiu.

Zico, que jogou na seleção por cerca de uma década nos anos 1970 e 1980, conversou com o Estadão.com durante a semana e apontou alguns problemas que vê na atualmente. A equipe que disputa a Copa América Centenário não o convence. A seleção de maneira geral não o convence.

Um dos problemas existentes, na visão de Zico, é a falta de um jogador com maior capacidade de organizar jogadas e dar ritmo ao time. Ele também faz parte do grupo que estranha o fato de o camisa 10 atual (Lucas Lima) ser reserva. “A gente tem um bom camisa 10 e se o cara é bom tem de jogar, deve ser titular. O Lucas Lima demonstrou no Campeonato Brasileiro que tem qualidade para isso.”

Zico, porém, pondera que não é o número de camisa que joga e lembra que Paulo Henrique Ganso também poderia armar a seleção. Para ele, o que dificulta para um jogador exercer essa função na seleção de Dunga é a forma como o time é montado – com um cabeça de área e dois meias ou então com um segundo atacante. E o armador não fica perto do atacante. “Fica complicado. A gente não pressiona tanto. O adversário tem muita facilidade, corre pouco risco. No jogo com o Equador o Brasil só teve duas chances reais de gol”, deu como exemplo.

A seleção, na opinião do ex-meia, já não consegue colocar medo nos adversários e, com isso, o respeito diminuiu. A fórmula para recolocar as coisas nos eixos é simples: jogar com coragem. “Tem de ir para cima, se impor no jogo”, aconselha. Ele considera que existem bons jogadores no atual futebol brasileiro e é possível fazer time forte.

Os vacilos da seleção dentro de campo podem estar relacionados com os problemas dos dirigentes fora. A CBF é o seu presidente, Marco Polo del Nero, são alvo de CPIs na Câmara e no Senado. Del Nero, aliás, não veio aos Estados Unidos para a Copa América, não veio aos Estados Unidos porque, investigado pela Justiça americana, poderia até ser preso.

“Esses problemas extracampo acabam atrapalhando, porque, sem dirigentes por perto, a comissão técnica acaba tendo coisas para resolver que não seria problema dela”, encerra Zico.