Agricultores familiares do ES prolongam colheita da mexerica em busca de mais lucratividade Agricultores familiares do ES prolongam colheita da mexerica em busca de mais lucratividade Agricultores familiares do ES prolongam colheita da mexerica em busca de mais lucratividade Agricultores familiares do ES prolongam colheita da mexerica em busca de mais lucratividade

No Espírito Santo, existe o chamado “polo da mexerica”, composto por sete municípios. O cultivo da fruta é feito com mão de obra quase toda familiar, em regiões que variam de 200 a 1.100 metros de altitude. A altitude faz a diferença no momento em que o produtor vai colher a tangerina ou mexerica ponkan, como também é conhecida. Em regiões de maiores altitudes, como Venda Nova do Imigrante, por exemplo, muitos agricultores estão prolongando a colheita até o final de setembro, o que permite comercializá-las por preços acima do habitual.

Saiba como o clima pode interferir na colheita da mexerica

O cultivo de cítricos, incluindo a mexerica, tem se mostrado um investimento rentável para agricultores capixabas durante a entressafra do café. Em algumas partes do Espírito Santo, a prática de estender a colheita mantém os pomares produtores em épocas atípicas. Devido à alta qualidade das frutas e a escassez do produto nesses meses, os agricultores têm a vantagem de vender as frutas por preços mais elevados. Encontrar uma lavoura carregada no final de agosto já não é comum. Normalmente, a colheita da tangerina pokan acontece entre maio a julho, mas na fazenda São Lourenço, localizada em Venda Nova do Imigrante a colheita é tardia. A família cultiva a fruta há mais de 40 anos em uma propriedade rural que fica em torno de 1.100 metros de altitude. Na propriedade de José Rubens Zandonadi a colheita de diferentes variedades de tangerina deve se estender até o final de setembro, quando as últimas frutas atingirem o ponto ideal. As condições climáticas amenas do inverno proporcionam um cenário propício para manter cerca de 4 mil árvores de fruto. A expectativa de Zandonadi é colher aproximadamente 4 mil caixas. Durante a entressafra, os preços de venda das caixas de 20 quilos dobram, atingindo valores de até R$ 40,00. “A altitude da propriedade confere uma coloração diferenciada à fruta, pois ela permanece no pé por um período mais longo. Durante a entressafra, começamos a colher quando a maioria dos produtores já encerrou sua colheita”, explicou Zandonadi. No entanto, o produtor alerta para a necessidade de tomar medidas para evitar o aparecimento de doenças fúngicas e complicações durante os períodos chuvosos. Por isso, são adotados diversos métodos para manter a saúde das plantas, incluindo o espaçamento das plantações devido à umidade e a poda adequada das árvores. “Esse é um dos problemas que a região com maiores altitudes enfrenta. Como nós seguramos o fruto por mais tempo no pé, ele adquire uma coloração mais amarelada. Assim, a mosca da fruta ataca os pés de mexerica”, disse. O combate é feito com defensivos biológicos que são colocados em armadilhas nos pés das plantas. A mexerica, assim como os demais outros cítricos, é uma fruta não climatérica, ou seja, sua maturação é interrompida após a colheita. Portanto, é crucial identificar o ponto ideal de maturação para garantir a longevidade pós-colheita, facilitar o manuseio e o transporte. O cultivo da mexerica teve início na década de 80 com a implementação dos primeiros pomares de mexerica ponkan. O “polo da mexerica” abrange sete municípios: Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Marechal Floriano, Santa Leopoldina, Conceição do Castelo e Muniz Freire. De acordo com o Incaper, mais de 80% da produção está concentrada nesses municípios. Em 2022, cerca de 30.936 toneladas foram colhidas, considerando também produtores de outras regiões. Segundo o Incaper, são propriedades pequenas e de base familiar que encontraram no cultivo uma importante fonte de renda.

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Stefany Sampaio
Stefany Sampaio

Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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