Agroindústrias capixabas driblam escassez momentânea de banana Agroindústrias capixabas driblam escassez momentânea de banana Agroindústrias capixabas driblam escassez momentânea de banana Agroindústrias capixabas driblam escassez momentânea de banana
Doces Fardin em Vargem Alta (ES)
Doces Fardin em Vargem Alta (ES)

Os primeiros meses de 2025 no Espírito Santo foram marcados por extremos climáticos: chuvas intensas, com acumulados acima de 300 milímetros em poucos dias, seguidas por uma onda de calor, com temperaturas acima de 35°C. Além dos transtornos e prejuízos para moradores de diversas cidades, essas condições afetaram a produção de uma das frutas mais consumidas no dia a dia: a banana. Para garantir a continuidade da produção, algumas agroindústrias precisaram se adaptar. É o caso da Doces Fardin, de Vargem Alta, que apostou no armazenamento de polpa e na compra de bananas de outros estados.

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Agroindústria se adapta à escassez de banana

Romildo Fardin, fundador da Doces Fardin, estima que a produção da fruta no Espírito Santo caiu cerca de 40% nos últimos meses.

“Em 2024, enfrentamos um período bem seco, com alguns meses sem chuva. Logo depois vieram as precipitações de dezembro e janeiro. Pela lógica, teríamos um verão chuvoso, só que não foi o que aconteceu. A previsão era de chuva abaixo da média prevista para esse período do ano, mas sequer choveu. Além disso, tivemos a onda de calor em fevereiro, o que causou o estresse hídrico das plantações de banana e seu amadurecimento mais rápido”, explica.

Para enfrentar a escassez e manter a produção de doces, a agroindústria conta com a estocagem da polpa da fruta adquirida das 140 famílias de pequenos produtores rurais da região, organizadas no grupo “Amigos do Campo”. Quando o estoque fica crítico, a alternativa é comprar bananas de outros estados, como Bahia e Pernambuco.

Só que trazer a fruta de fora aumenta os custos e altera o tempo de produção de doces.  

“Quando nosso estoque de polpa está acabando, optamos por trazer a fruta de fora do Espírito Santo, o que modifica o tempo dos nossos processos e gera custos maiores, principalmente de logística. O trajeto até Vargem Alta dura cerca de oito dias e, muitas vezes, a fruta amadurece no percurso. Precisamos fazer uma seleção porque nem todas chegam com boa qualidade”, explica Romildo

Mas essa é uma solução temporária, porque em breve deve ocorrer um pico de produção de banana novamente. 

O empresário acredita que os impactos das mudanças climáticas serão cada vez mais frequentes, exigindo adaptações tanto da agroindústria quanto dos produtores rurais. “Precisaremos desenvolver ações de manejo e buscar novas tecnologias para proteger o solo e manter a umidade das áreas de cultivo. Além disso, precisamos fazer bem a nossa parte de cuidar do meio ambiente”, defende.

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Stefany Sampaio
Stefany Sampaio

Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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