O leilão realizado nesta quarta-feira (17) pela Cesan na B3 pode movimentar uma das regiões mais valorizadas do mercado imobiliário de Vitória. O consórcio vencedor, GS Inima, vai desativar a estação de tratamento de esgoto localizada na área do Aeroporto e construir uma estação de água de reúso dentro da ArcelorMittal Tubarão. O terreno, de 153 mil m2, localizado da entrada de Jardim Camburi, será quase totalmente devolvido ao Aeroporto de Vitória, administrado pela concessionária Zurich.
Terreno ocupado pela Cesan será totalmente liberado em 30 meses
O consórcio GS Inima terá 24 meses para concluir a obra da estação de produção de água de reúso e, após isso, seis meses para desocupar o terreno do Aeroporto onde funciona a ETE Camburi, segundo informações da Cesan. O terreno e a lagoa serão limpos e todo o volume de lodo e rejeitos será retirado do local, portanto, em até 30 meses contados a partir de agora. Do total de 153 mil m2 que a Cesan ocupa no Aeroporto, 133 mil m2 serão devolvidos. Nos 20 mil m2 restantes, a Cesan vai construir uma estação elevatória. Essa devolução pode ser um incentivo para a Zurich dar início ao desenvolvimento imobiliário de outra área do Aeroporto que segue sem novidades. Até o momento, a região próxima ao terminal de passageiros teve anúncios como Escola Americana de Vitória, o espaço de eventos Patrick Ribeiro. No terminal antigo, a Azul ampliou sua operação de cargas. Já a área entre a BR-101 e a rodovia Norte-Sul recebeu a loja Leroy-Merlin e terá uma unidade do supermercado Assaí. O encontro entre a Norte-Sul e a orla de Camburi, porém, permanece inexplorado. Apesar de a área que será desocupada pela Cesan já ser relevante, o espaço apto ao desenvolvimento comercial pode ser ainda maior. O polígono da “esquina” da Avenida Dante Michelini com a Norte-Sul possui quase 400 mil m2, considerando uma extensão do terreno até as avenidas. Segundo um especialista em mercado imobiliário, essa é uma das poucas grandes áreas que restam para desenvolvimento na capital e, caso a Zurich decida explorá-la, pode atrair grandes negócios para a capital. “Nos últimos anos, as construtoras começaram a ocupar a região próxima ao viaduto da Vale e o uso comercial do terreno do Aeroporto vem exatamente nesse eixo. Essa é uma área única na capital, pela extensão e localização nobre. Pode ser ocupada por empresas de comércio, logística e atrair empreendimentos de grandes grupos nacionais, ou mesmo ser dividido em áreas menores e ocupada por comércios relevantes para um bairro tão populoso”, afirma Luiz Stanger, diretor comercial da Dynamo. “Se o movimento for de empresas da Grande Vitória se mudando para esse espaço, podemos ver imóveis relevantes sendo desocupados em áreas nobres”, completa Stanger. Em nota, a Zurich afirmou que ainda não tem plano definido para a área: “A concessionária ainda não foi comunicada oficialmente sobre a devolução da área. Portanto, ainda não há planejamento de ocupação para o local. Reiteramos que o desenvolvimento econômico e sustentável de áreas do sítio aeroportuário é uma das vertentes de atuação da Zurich Airport Brasil no Aeroporto de Vitória”.