O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) anunciou a gestora que ficará responsável pelo Fundo de Descarbonização do Espírito Santo. O BTG Pactual Asset Management venceu a fase classificatória da chamada pública nacional e irá administrar os R$ 500 milhões destinados a projetos sustentáveis e de baixo carbono em setores estratégicos da economia capixaba. Entenda.
Fundo deve ultrapassar R$ 1 bilhão, aponta Secretário de Desenvolvimento
A seleção ocorreu após apresentação técnica feita na última segunda-feira (28), com base em critérios definidos em edital. A proposta do banco superou outras duas finalistas de peso: Vinci Partners e Régia Capital. Ao todo, 11 gestoras participaram da disputa. A iniciativa faz parte do Fundo Soberano do Espírito Santo, instrumento exclusivo no país e com governança própria.
“Selecionamos três grandes gestoras. O vencedor fará a gestão desse fundo que nasce com R$ 500 milhões, mas está previsto a ter mais de R$ 1 bilhão, porque vai atrair recursos do mercado”, afirmou o novo Secretário de Estado de Desenvolvimento, Rogério Salume.
Segundo ele, o fundo reforça a vocação do Espírito Santo em liderar agendas inovadoras e sustentáveis. “Ele tem essa pegada de sustentabilidade, de ESG, então a gente tem uma crença muito forte de que vai ser um fundo que trará muitos resultados para as empresas e para o Espírito Santo – dando para o estado, mais uma vez, um selo diferenciado”.
A próxima etapa será a análise gerencial e jurídica da proposta (due diligence). Em paralelo, já começa a triagem de empresas e projetos com potencial de receber os primeiros aportes ainda este ano. “O objetivo é que, na COP deste ano, já tenhamos investimentos efetivos em algum projeto ou empresa realmente ligados à descarbonização”, conclui Salume.
Para o presidente do Bandes, Marcelo Saintive, o Fundo representa um movimento estratégico que conecta o Espírito Santo às principais agendas globais.
“O Fundo representa um alinhamento estratégico do Espírito Santo com as diretrizes globais de desenvolvimento sustentável. A incorporação da agenda climática à política econômica do Estado é uma necessidade objetiva, que responde tanto às exigências ambientais quanto às oportunidades de inovação e transição energética. Ao considerarmos as mudanças climáticas como uma variável econômica relevante, estamos qualificando o planejamento de longo prazo e ampliando a capacidade do Estado de atrair investimentos e gerar renda de forma sustentável.”
Em entrevista à Coluna Mundo Business, Saintive destacou a qualidade das propostas recebidas – o que, segundo ele, demonstra a maturidade do mercado e reforça a relevância do Fundo como instrumento de indução de investimentos verdes no estado.
“A chamada pública contou com a participação de gestoras de elevado padrão técnico e institucional, o que conferiu ao processo um grau significativo de complexidade e exigência. Temos convicção de que o resultado final representa um avanço concreto para a política de desenvolvimento sustentável capixaba”, finaliza Saintive.