A Cachaçaria Chapelão, tradicional produtora de cachaças artesanais de Domingos Martins, na região serrana do Espírito Santo, vive um momento de virada. Em sua primeira participação em um concurso nacional, a empresa conquistou medalha de ouro no Concurso New Spirits, realizado em Belo Horizonte, com o rótulo “Quatro Madeiras”, uma cachaça envelhecida em barris de carvalho americano, carvalho francês, amburana e bálsamo. E, enquanto colhe os frutos do reconhecimento, avança em um projeto: a construção de uma nova destilaria, com investimento estimado em R$ 1,5 milhão.
Com nova destilaria, empresa prevê crescimento de até 30% na produção de cachaça
A obra, iniciada em janeiro deste ano em outra propriedade também localizada em Domingos Martins, está em fase de licenciamento ambiental e deve ser concluída até 2028. A expectativa é de que a nova estrutura aumente a capacidade produtiva entre 25% e 30%, em relação ao volume atual de 40 a 50 mil litros por ano. A nova fábrica também será voltada ao turismo de experiência, com espaço para visitação guiada, degustações e eventos.
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“Essa medalha é o reconhecimento de um trabalho que a gente vem fazendo há anos. Foi a primeira vez que participamos de um concurso e já voltamos com ouro. Isso mostra que estamos no caminho certo, tanto na produção quanto no planejamento de futuro”, comemora André Luis Stein Grigio, proprietário da Chapelão.
A marca foi criada oficialmente em 1997 pelos pais de André, descendentes de produtores de cachaça, mas a história da empresa remonta a 1982, com a fundação da Irmãos Grígio. Ao longo das décadas, a Chapelão conquistou seu espaço no mercado local e agora aposta na diferenciação para alcançar novos públicos. Um dos focos é o envelhecimento com rastreabilidade, técnica que vem sendo adotada há quatro anos pela empresa.
O rótulo premiado foi lançado oficialmente, em uma edição limitada de 1.600 garrafas, voltada a colecionadores e apreciadores da bebida. “Temos um público cada vez mais interessado em qualidade, disposto a pagar por uma boa cachaça. Hoje, o consumo está mudando: não é mais só aquela cachaça de balcão. As pessoas querem saber de onde vem, como foi produzida, envelhecida, e isso abre espaço para produtos premium como o nosso”, explica André.
Além da loja própria em Domingos Martins, onde recebe turistas do Circuito Turístico de Paraju, a Chapelão realiza vendas para a Grande Vitória e está desenvolvendo um site de e-commerce para ampliar sua presença no mercado nacional. O novo espaço também deve atender essa demanda, com uma estrutura planejada para aliar produção, experiência sensorial e hospitalidade rural.
“Nosso sonho é transformar a fábrica em um destino turístico completo, onde o visitante possa entender todo o processo da cachaça artesanal, provar nossos produtos e viver uma experiência única”, projeta o empresário.
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Colunista
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