Com nova sede, Cedisa investe R$ 120 milhões e deve dobrar produção até 2030

A capixaba Cedisa concluiu a implantação de sua nova fábrica no distrito de Calogi, na Serra, e se prepara para um novo ciclo de expansão. A nova sede – que teve investimento estimado em R$ 120 milhões e será inaugurada oficialmente no primeiro trimestre de 2026 – marca uma virada operacional para a empresa, que já opera com 90% das atividades no novo complexo e projeta dobrar sua capacidade produtiva até 2030. O projeto coincide com um marco simbólico: em 2025, a Cedisa completou 50 anos de história, consolidada como uma das principais empresas de beneficiamento e distribuição de aço do país.

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Escolha do local foi motivada pela localização estratégica

O novo complexo logístico-industrial ocupa um terreno de cerca de 200 mil metros quadrados em Calogi, na Serra, às margens da BR-101 e com acesso direto ao contorno do Mestre Álvaro – um dos pontos logísticos mais estratégicos da Região Metropolitana de Vitória. Desse total, 100 mil metros quadrados pertencem à Cedisa, com cerca de 40 mil metros quadrados já utilizados na primeira fase do empreendimento.

A nova sede reúne uma planta fabril moderna e prédio administrativo, além de áreas de apoio operacional, refeitórios, balanças rodoviárias, espaço para transportadoras, portaria e áreas reservadas para futuras ampliações. Antes, a operação funcionava em um terreno de 30 mil metros quadrados, com galpões que foram sendo adaptados ao longo de décadas.

Segundo Rafael Dalla Bernardina, gerente industrial da Cedisa, a mudança vai muito além do aumento de área física. 

“A gente chegou num limite claro de espaço e também de eficiência. O layout antigo foi sendo construído aos poucos, conforme a empresa crescia, o que gerou muitos fluxos cruzados e perda de produtividade. Esse novo salto é justamente olhar onde chegamos e montar uma indústria muito mais bem planejada”, afirma.

Hoje, a Cedisa processa cerca de 12 mil toneladas de aço por mês. Com a nova planta, a capacidade instalada permite alcançar algo próximo de 20 mil toneladas mensais sem necessidade de novos grandes investimentos – praticamente dobrando o volume atual. No total, a empresa tem capacidade de distribuir cerca de 250 mil toneladas de aço por ano.

A escolha de Calogi não foi casual. O terreno foi adquirido ainda em 2010, quando a empresa já enxergava o avanço da infraestrutura viária da Serra como vetor estratégico. “A lógica é muito parecida com outros momentos da nossa história. Vitória ficou pequena, depois Laranjeiras começou a ficar ‘estrangulada’, muito urbana, com trânsito e limitações operacionais. Agora, esse eixo logístico, conectado à BR-101 e ao Parklog, representa o próximo passo natural”, explica Rafael.

Fundada em Colatina e instalada na Grande Vitória desde os anos 1970, a Cedisa cresceu acompanhando o processo de industrialização do Espírito Santo. Inicialmente focada na distribuição, a empresa passou, a partir dos anos 2000, por uma transformação gradual para se tornar também indústria, incorporando máquinas e processos conforme a demanda por produtos como telhas, chapas, perfis e estruturas metálicas aumentava.

Hoje, além do Espírito Santo, a Cedisa atua em todo o território nacional, com presença mais forte no Sudeste e no Nordeste. Mantém filiais industriais e centros de distribuição em Salvador, Recife e Rio de Janeiro, além de escritórios comerciais em Fortaleza, Cuiabá, Campo Grande e Macaé. O Centro-Oeste é apontado como uma das principais frentes de expansão nos próximos anos, impulsionado pelo crescimento econômico da região e pelo aumento do consumo de aço.

“O aço anda junto com o desenvolvimento. Onde está crescendo, construindo, investindo, o aço está presente. Esse novo investimento é exatamente para sustentar esse movimento, com mais produtividade, eficiência logística e capacidade de atender um mercado cada vez mais competitivo”, resume Rafael Dalla Bernardina.

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Ricardo Frizera

Colunista

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.