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Cooperativas capixabas exploram modelos inovadores do cooperativismo agropecuário no Paraná

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Cooperativas capixabas exploram modelos inovadores do cooperativismo agropecuário no Paraná
Cooperativas capixabas exploram modelos inovadores do cooperativismo agropecuário no Paraná

Uma comitiva formada por 34 lideranças de cooperativas agropecuárias do Espírito Santo, representantes do Sistema OCB/ES, da Secretaria de Agricultura do Estado e do Sebrae/ES participou de uma missão técnica no Paraná entre os dias 9 e 11 de junho. O objetivo foi conhecer de perto boas práticas e cases de sucesso do cooperativismo paranaense, com foco no setor agropecuário.

A imersão contou com a participação de representantes das cooperativas capixabas Cacal, CAFC, CAF Colatina, CAF Serrana, Cafesul, Capil, Cavil, Clac, Cooperfruit, Coopram, Nater Coop e Selita. Durante a viagem, o grupo visitou duas cooperativas e uma central de cooperativas referência no Paraná: Copacol, Coopavel e Cotriguaçu.

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Viagem técnica apresenta modelos de sucesso que podem inspirar cooperativas capixabas

As três organizações foram escolhidas entre as 62 cooperativas do ramo agropecuário paranaense, que, juntas, somam cerca de 216 mil cooperados e mais de 109 mil empregados, conforme dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024. No Espírito Santo, esse ramo reúne 23 cooperativas, que movimentam R$ 5,8 bilhões e contam com aproximadamente 40.784 cooperados e 2.773 colaboradores.

Carlos André Santos de Oliveira, diretor-executivo do Sistema OCB/ES

O diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira, foi uma das lideranças presentes na missão. Defensor da diversificação de mercados no cooperativismo capixaba, ele destaca o impacto da experiência.

“Conhecer de perto o modelo de cooperativismo agropecuário do Paraná nos mostrou o quanto o cooperativismo pode ser transformador quando pautado pela organização, inovação e profissionalismo. Mais do que copiar modelos, a missão nos mostrou que é possível – e necessário – olhar para esses exemplos de sucesso e adaptá-los à nossa realidade”, afirmou Carlos André.

Responsável pela organização da missão, a zootecnista e analista de Desenvolvimento Cooperativista do Sistema OCB/ES, Caroline Zanetti, também avaliou os aprendizados da imersão.

“Apesar das diferenças de clima, relevo e infraestrutura entre os estados, ficou evidente que o que realmente faz a diferença é a cultura cooperativista construída ao longo do tempo, com foco na diversificação das atividades, verticalização das cadeias produtivas, fortalecimento de parcerias estratégicas e, principalmente, intercooperação”, pontuou.

Copacol

O roteiro teve início com a visita à Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), em Cafelândia. Fundada em 1963 com o objetivo de gerar energia elétrica, a cooperativa se consolidou como uma potência do agronegócio paranaense, atuando fortemente nos segmentos de grãos, avicultura, suinocultura, bovinocultura de leite e piscicultura, além da fabricação de rações.

Hoje, a Copacol reúne 9,6 mil cooperados, emprega 16,2 mil pessoas e faturou R$ 10,6 bilhões em 2024. Nesse período, recebeu 2 mil toneladas de grãos, processou 215,5 milhões de aves e 56 milhões de peixes, entregou 602 mil suínos e forneceu 13,3 milhões de litros de leite à Frimesa.

A avicultura representa mais da metade (52,22%) do faturamento da Copacol, seguida por cereais (16,39%), insumos (12,9%), piscicultura (5,89%), suinocultura (4,53%), nutrição animal (3,01%), supermercados (2,89%), revenda (1,77%) e bovinocultura de leite (0,4%).

A comitiva foi recepcionada pelo presidente Valter Pitol, que apresentou o modelo de gestão da cooperativa. A programação contou ainda com falas do superintendente Marcos Alessandro, da assessora de cooperativismo Elizete Dal Molin e do vice-presidente James de Morais. O grupo também conheceu a Unidade Industrial de Peixes de Nova Aurora, com capacidade de abate de 145 mil tilápias por dia, e o Centro de Pesquisa Agrícola (CPA).

Na manhã do dia 10, o gerente Nestor Braun aprofundou as informações sobre a atuação da Copacol na piscicultura. Na sequência, o gerente de operações Márcio Schmidt apresentou a estrutura da rede de supermercados e lojas agropecuárias da cooperativa. À tarde, a comitiva visitou uma das unidades em Cafelândia.

Comitiva capixaba explora modelos inovadores do cooperativismo paranaense

Cotriguaçu

Ainda no dia 10, a comitiva seguiu para Cascavel, onde conheceu a Cotriguaçu, central que reúne quatro importantes cooperativas da região: C.Vale, Coopavel, Copacol e Lar. O superintendente Gilson Anizelli apresentou a estrutura do empreendimento, que inclui terminal portuário em Paranaguá, moinho de trigo em Palotina, câmara frigorífica e armazém graneleiro em Cascavel.

A Cotriguaçu é considerada um exemplo concreto de intercooperação, quando duas ou mais coops se unem para alcançar objetivos comuns, ao prestar serviços compartilhados que agregam valor às operações de suas cooperativas filiadas.

Coopavel

O último dia da missão foi dedicado à Coopavel, também com sede em Cascavel. O grupo foi recepcionado pelo presidente da cooperativa paranaense, Dilvo Grolli, que explicou o funcionamento do negócio.

Fundada em 1970 por 42 produtores de grãos, a cooperativa cresceu e hoje conta com 7.599 cooperados e 7.221 colaboradores. Em 2023, seu faturamento foi de R$ 5,2 bilhões, com estimativa de R$ 5,8 bilhões para 2024.

Cerca de 75% da receita da Coopavel vem das suas indústrias, que abastecem o mercado nacional e internacional com cortes de frango congelados, defumados e embutidos variados. A cooperativa opera atualmente com 26 filiais em 17 municípios das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, e mantém 11 indústrias em um parque industrial próprio.

Em 2024, a Coopavel ingressou no segmento da piscicultura com a aquisição da empresa Pescados Cascavel, e expandiu sua atuação na moagem de trigo com a compra do tradicional moinho Dona Alda, em Bom Sucesso do Sul.

Durante a visita, o coordenador Rogério Rizzardi apresentou a estrutura do Show Rural, evento técnico promovido pela cooperativa, e explicou o funcionamento das áreas de Bioinsumos, Meio Ambiente e da indústria de fertilizantes. A visita foi encerrada com um tour pelo moinho de trigo localizado às margens da BR-277.]

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Stefany Sampaio
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Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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