A economia do Espírito Santo deve encerrar 2025 com crescimento de 3,1%, segundo projeção do Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes), divulgado pelo Observatório da Findes. Caso a previsão se confirme, será o terceiro ano consecutivo de expansão da atividade econômica no estado. No primeiro semestre deste ano, ‘mesmo diante dos desafios dos mercados interno e externo’, a economia capixaba registrou alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entenda.
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Desempenho no 1º semestre reforça otimismo
Inicialmente projetada em 2,9%, a economia capixaba deve encerrar este ano com alta de 3,1%. Segundo as análises do Observatório Findes, o crescimento será puxado pelo bom desempenho dos três grandes setores da economia capixaba: indústria, agropecuária e serviços.
Na indústria, o destaque é o setor extrativo, beneficiado pela continuidade da retomada da Samarco e pela expansão da produção de petróleo e gás natural, especialmente com a entrada em operação do FPSO Maria Quitéria, no Campo de Jubarte.
“É uma projeção diferente do que a gente tinha trazido no começo do ano. Entre os motivos está o setor extrativo, que tem uma importância muito grande para o Espírito Santo, e mudou bastante de cenário ao longo dos últimos meses. Isso fez com que a gente readequasse a nossa projeção. O desenvolvimento da plataforma Maria Quitéria e a retomada da produção da Samarco já tem se revelado grandes impulsionadores dos resultados, em especial dentro da indústria. Já em relação à produção agrícola, mesmo em ano de bienalidade negativa do café, foram registrados crescimentos expressivos na produção, especialmente do Conilon. Então, nosso maior cenário de incerteza realmente seguirá ligado ao cenário internacional”.
Marília Silva, gerente executiva do Observatório Findes
Paulo Baraona, presidente da Findes, aponta que os números do primeiro semestre deste ano confirmam a resiliência da economia capixaba: alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Todos os setores registraram expansão — agropecuária (+11,1%), indústria (+1,7%) e serviços (+1,4%).
“Tivemos um primeiro semestre de bons resultados na pelotização de minério de ferro. A Samarco está em fase de expansão da capacidade produtiva, devido à retomada das atividades desde 2020, e vem produzindo mais. Também tivemos o crescimento na metalurgia impulsionado pelo aumento da demanda por produtos siderúrgicos no mercado interno, como consequência da expansão de segmentos industriais que o utilizam como insumos”, completa Baraona.
Ele lembra que até 2030 estão previstos mais de R$ 100 bilhões em investimentos no Espírito Santo, sendo 70% somente na indústria.
“Mais de R$ 65 bilhões são da indústria diretamente, e são investimentos privados. Isso, é claro, é uma coisa que nos anima muito, mas nós não vivemos sozinhos no Brasil. Embora a gente tenha um ambiente de negócios diferenciado aqui no nosso estado em relação à maioria dos estados, exatamente pela interação do setor privado com os setores públicos de um modo geral, ainda assim temos ameaças externas. São perspectivas animadoras, mas temos desafios relevantes, como o Custo Brasil, que atrasa muitos investimentos, e o cenário internacional, que nos impacta diretamente”, finaliza.