Em Cachoeiro, pesquisadores desenvolvem sistema com inteligência artificial para apoiar setor de rochas

O Espírito Santo será destaque, mais uma vez, durante a Marmomac 2025 – maior feira de rochas naturais do mundo, que está sendo realizada em Verona, na Itália: pesquisadores e alunos capixabas vão apresentar uma plataforma inédita que promete transformar a coleta dados para análises de sustentabilidade do setor.

A ferramenta, que está sendo desenvolvida no IFES Campus de Cachoeiro de Itapemirim, permitirá a coleta e organização dos dados da cadeia produtiva de empresas brasileiras e internacionais, abrangendo desde a extração até o o transporte e beneficiamento. O objetivo é mensurar indicadores como pegada de carbono, consumo de água e energia e geração de resíduos – informações estratégicas que já são requisito para acessar os mercados mais exigentes do mundo. Entenda.

Em Verona, projeto será apresentado a mais 13 países

O projeto, que nasceu em Cachoeiro de Itapemirim – um dos principais polos de rochas ornamentais do Espírito Santo e do país –, utiliza a metodologia de Análise do Ciclo de Vida (ACV), que avalia o impacto ambiental de produtos ao longo de sua cadeia. Na prática, isso permitirá às empresas do setor de rochas gerar relatórios detalhados e Declarações Ambientais de Produto (EPD), documento já exigido em projetos nacionais e internacionais de arquitetura e construção sustentável.

A iniciativa surgiu a partir de uma pesquisa para realizar a análise do ciclo de vida de rochas ornamentais. A plataforma foi desenvolvida no LAIR (Laboratório de Automação e Inovação em Rochas) com intuito de facilitar a coleta de dados, sendo liderada por estudantes do curso de Sistemas de Informação do campus do IFES Campus Cachoeiro de Itapemirim, com auxílio de professores.

A solução foi adotada pela Aliança Estratégica de Rochas Naturais (NSSA), que reúne, além do Brasil, países como Alemanha, Espanha, Itália, Portugal e Turquia; e será apresentada nesta semana para mais 13 países durante a Marmomac 2025, em Verona.

Segundo Igor Pizetta, um dos professores envolvidos, essa é uma oportunidade de posicionar a região como referência em tecnologia para o setor de rochas naturais.

“O mundo está cada vez mais atento à pegada ambiental dos materiais. O modo como é feito a coleta de dados hoje é arcaico e pouco seguro. Portanto, a plataforma desenvolvida tem como objetivo garantir segurança e uma maior facilidade da coleta e análise de dados para as empresas, além de mostrar o potencial do Ifes para o desenvolvimento de soluções. O projeto foi pré-incubado na Incubadora do Ifes para recebimento de suporte na trilha de inovação”, aponta.

Pizetta explica que o sistema foi projetado para garantir segurança e confidencialidade das informações, com criptografia dos dados e autenticação em dois fatores,  permitindo que as empresas insiram informações sobre consumo de insumos, energia e emissões de forma protegida. Além disso, a plataforma prevê o uso de inteligência artificial (IA) para automatizar a coleta de dados e oferecer insights estratégicos para o setor.

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Ricardo Frizera

Colunista

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.