
Uma comitiva capixaba está em Bogotá, na Colômbia, para conhecer de perto uma das operações de transporte público mais avançadas do mundo em baixa emissão de carbono. O grupo — formado por empresários e executivos da Marca Ambiental, ES Gás e outros representantes capixabas – visitou centros de operação de ônibus elétricos e movidos a gás natural e biometano. A capital colombiana, referência global, já opera 1.500 ônibus elétricos e outros 2.300 a gás natural. Para o Espírito Santo, que implantará sua primeira usina de biometano em Cariacica em breve, a agenda representa um passo estratégico na descarbonização.
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Primeira usina de biometano do ES entra em operação no primeiro semestre de 2026
A visita à Colômbia incluiu passagens por duas operações distintas: uma de ônibus elétricos e outra de ônibus a gás – esta última considerada a maior do mundo, fabricada pela Scania. Diogo Ribeiro, diretor de Energias Renováveis da Marca Ambiental, aponta que o objetivo foi entender, na prática, como funciona o modelo que colocou Bogotá como vitrine internacional de descarbonização no transporte coletivo.
Ele explica que a imersão foi decisiva para observar rotinas de operação, custos, manutenção e modelos de financiamento:
“A gente pôde conversar com os engenheiros e diretores responsáveis, e eles compartilharam aprendizados, dificuldades e até preconceitos vencidos em relação ao gás. É algo que vemos no Brasil também, mas que tem sido superado. Foi uma agenda muito importante para discutir descarbonização”, afirma.
Outro ponto observado pela comitiva foi a previsibilidade do biometano e que, segundo Ribeiro, é um diferencial estratégico:
“O preço do diesel varia conforme o petróleo, influenciado por crises geopolíticas e fatores macroeconômicos. O biometano não tem essa volatilidade. É um combustível mais estável financeiramente, renovável e com pegada de carbono equivalente ao elétrico.”
A visita aconteceu no momento em que a Marca Ambiental finaliza a implementação da primeira usina de biometano do Espírito Santo, localizada na Marca Ambiental, em Cariacica. A planta já está em fase final de conexão com a ES Gás e deve iniciar a produção no primeiro semestre de 2026.
“Enxergamos a mobilidade como um dos grandes caminhos do biometano no Brasil. Além da descarbonização, há redução de custos para operadores e donos de frota. Já estamos operando dois caminhões a GNV, acumulando aprendizado antes da entrada em operação da planta e preparando a expansão da nossa frota no ano que vem. A visita a Bogotá reforçou que isso não é tendência: é realidade em escala. E estamos trazendo esse aprendizado para implantar no Espírito Santo,” finaliza Ribeiro.