Espírito Santo conquista reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação Espírito Santo conquista reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação Espírito Santo conquista reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação Espírito Santo conquista reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação
Espírito Santo conquista reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação

O Espírito Santo acaba de alcançar um marco para a pecuária e o agronegócio capixaba: o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (29), durante a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em Paris, na França.

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A certificação, concedida à totalidade do território brasileiro, representa mais uma etapa fundamental na execução do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), conduzido no estado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), com apoio do Fundo Emergencial de Promoção da Saúde Animal do Estado do Espírito Santo (Fepsa-ES) e demais integrantes da Equipe Gestora Estadual.

Representantes capixabas do Idaf e do Fepsa-ES integraram a delegação brasileira que acompanhou de perto o processo em Paris. Para o Espírito Santo, a conquista abre novas e promissoras oportunidades no mercado internacional, especialmente junto a países com exigentes barreiras sanitárias, como Japão e Coreia do Sul.

“Essa conquista histórica abrirá portas incríveis para o agronegócio do nosso estado, expandindo mercados e impulsionando nossa economia”, comemorou Crispim Gonçalves, gestor de mudanças que acompanha o processo.

Mais de 50 anos de trabalho

O reconhecimento como livre de febre aftosa sem vacinação é resultado de um esforço de mais de cinco décadas, marcado por investimentos em defesa sanitária e parcerias entre poder público e setor produtivo. Desde 1971, com a criação do Grupo Executivo de Combate à Febre Aftosa (Gecofa), o Espírito Santo vem estruturando políticas para erradicar a doença, que é altamente contagiosa e representa riscos sanitários e econômicos.

Em 1996, foi criado o Idaf, que passou a liderar as ações sanitárias no estado. Já em 2022, os produtores capixabas realizaram a última campanha de vacinação contra a aftosa, preparando o caminho para a solicitação do reconhecimento internacional.

O presidente do Fepsa-ES, Neuzedino de Assis, destacou a importância da evolução sanitária para todo o setor produtivo e para o consumidor. “Assegurar um produto de qualidade significa garantir a segurança alimentar. Esse trabalho envolveu uma parceria de mais de 50 anos entre o Idaf, o Ministério da Agricultura e a Federação da Agricultura, que liderou a organização do fundo responsável por manter a vigilância sanitária e também garantir indenização ao produtor, caso haja algum foco da doença”, explicou.

Neuzedino reforçou ainda a necessidade de manter a vigilância ativa, mesmo após a conquista. “É importante deixar claro que é preciso assegurar a sustentabilidade dessa conquista. Caso ocorra um foco, mesmo em uma propriedade pequena, há isolamento imediato da área e nenhum produto pode sair dali. Esse status permite o acesso a mercados que remuneram melhor, mas a responsabilidade continua”, alertou.

Vigilância permanente

O gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, Raoni Cezana Cipriano, reforçou a necessidade de manter o alerta. “A febre aftosa ainda é uma realidade no mundo. Por isso, devemos manter a vigilância constante. O Serviço Veterinário Oficial seguirá atuando nas fiscalizações e é fundamental que os produtores notifiquem qualquer sintoma suspeito no rebanho e mantenham atualizados os cadastros de seus animais. Esse banco de dados atualizado é essencial para garantir uma resposta rápida e precisa diante de qualquer eventualidade”, destacou.

Linha do tempo da erradicação da febre aftosa no Espírito Santo:

  • 1971: criação do Grupo Executivo de Combate à Febre Aftosa (Gecofa)
  • 1974: criação da Empresa Espírito Santense de Pecuária (Emespe)
  • 1996: estruturação do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf)
  • 2022: última campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado
  • 2025: reconhecimento internacional de livre de febre aftosa sem vacinação

Novos horizontes para a pecuária capixaba

O status de área livre de febre aftosa sem vacinação coloca o Espírito Santo em um novo patamar no cenário internacional, consolidando a credibilidade sanitária da pecuária capixaba. Agora, o estado passa a ter acesso a mercados mais exigentes e com maior valor agregado, além de reforçar a imagem de seriedade e competência do sistema de defesa agropecuária.

Principais características da febre aftosa:

A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais de casco fendido, como bovinos, suínos, caprinos, ovinos e outros ruminantes. 

  • Sintomas: febre alta, aparecimento de vesículas (bolhas) e feridas na boca, língua, gengivas, focinho, úbere e entre as unhas dos animais, o que causa dificuldade para se alimentar, beber água e se locomover.
  • Transmissão: ocorre principalmente por contato direto entre animais infectados e sadios, ou indireto, por meio de pessoas, veículos, equipamentos, alimentos contaminados ou mesmo pelo ar, em distâncias curtas.
  • Consequências: embora raramente seja fatal em animais adultos, a febre aftosa causa grandes prejuízos econômicos, como queda na produção de carne e leite, restrições comerciais, custos com vacinação, erradicação e vigilância sanitária.
  • Risco para humanos: a febre aftosa não representa perigo significativo para a saúde humana, mas impacta diretamente a segurança alimentar e o comércio internacional de produtos de origem animal.

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Stefany Sampaio
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Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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