“Espírito Santo tem um potencial enorme para ser conhecido em todo o país”, aponta superintendente do Sebrae/ES

O Espírito Santo guarda tesouros que unem fé, história e cultura – e que têm potencial para atrair visitantes do Brasil inteiro. A afirmação é do superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, que defende uma estratégia integrada para transformar o estado em referência nacional no turismo religioso. Os números da instituição reforçam a força desse segmento: dois dos três destinos mais indicados pelos capixabas são voltados à fé – o Convento da Penha, em Vila Velha, em 1º lugar, e o Mosteiro Zen Budista, em Ibiraçu, em 3º.

Diversidade coloca o estado em posição privilegiada no cenário nacional

O mapa do turismo religioso no Espírito Santo inclui atrações destaques por seu valor histórico, cultural e religioso, como o Convento da Penha, em Vila Velha; Santuário Nacional de São José de Anchieta, em Anchieta; Basílica de Santo Antônio, em Vitória; Santuário Nossa Senhora da Saúde, em Ibiraçu; Mosteiro Zen Morro da Vargem, também em Ibiraçu; Igreja dos Reis Magos, na Serra, e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Vila Velha.

Para o superintendente do Sebrae/ES, a diversidade e a relevância desses atrativos colocam o Espírito Santo em posição privilegiada no cenário nacional.

“O Espírito Santo é um estado com muitos ativos religiosos e um potencial enorme para que se tornem destinos turísticos conhecidos em todo o país. Valorizar, fortalecer e dar mais visibilidade a esses lugares exige uma estratégia integrada que envolva governo, iniciativa privada, comunidades locais e entidades religiosas”, afirma Pedro Rigo.

A instituição tem atuado como grande incentivadora do turismo capixaba: no ano passado, liderou R$28 milhões diretamente no atendimento ao turismo, sendo R$16.389 milhões provenientes de recursos próprios. Até 2026, esse número deve chegar a R$ 80 milhões. No segmento religioso, uma das ações envolve a criação de pacotes para a Festa da Penha, vendidos pelas principais agências do país, e com um roteiro que inclui outros pontos de turismo religioso no Espírito Santo.

“Há alguns destinos consolidados e que já fazem parte do roteiro de muitos visitantes, como a Festa da Penha e o Santuário de Anchieta, por exemplo. Mesmo os destinos mais conhecidos ainda podem ser aperfeiçoados e potencializados. Temos muitas potencialidades, mas ainda precisamos identificar e catalogar igrejas, santuários, rotas de peregrinação, romarias, entre outras atrações. Assim será possível criar produtos que possam atrair visitantes que buscam por experiências turísticas religiosas”.

No mapa da fé, além do Convento e do Grande Buda, merece atenção o Santuário Nacional de São José de Anchieta – segundo santuário nacional do Brasil, atrás apenas de Aparecida. No alto da cidade histórica desde 1579, o local recebe cerca de 92 mil visitantes por ano e guarda relíquias como pedaços dos corpos de Santo Agostinho, Papa Inácio e Santo Inácio de Loyola, além da carta oficial de canonização do Padre Anchieta, assinada pelo Papa Francisco.

O reitor do Santuário, padre Álvaro Negromonte, lembra que a religiosidade também se traduz em movimento turístico. Um exemplo é a caminhada Passos de Anchieta, que refaz os 100 km percorridos pelo santo, de Vitória até Anchieta. 

“O turismo religioso é um constante acolher. A Caminhada Passos de Anchieta surgiu a partir de um grupo de amigos que eram devotos. O intuito era desenvolver aqui no Espírito Santo e divulgar para o Brasil todo, a partir da experiência do próprio Padre Anchieta de percorrer a pé – ele fazia não só o caminho Anchieta a Vitória, mas andava por todo o país. Há 26 anos essa experiência tem sido conhecida no Brasil e fora dele. No dia, sempre na quinta-feira de Corpus Christi, saem de Vitória, na Catedral Metropolitana, cerca de 3 mil peregrinos e chegam aqui. Eles percorrem cerca de 25 quilômetros por dia, e durante o caminho, são acolhidos com água, frutas e lanches por moradores locais”, explica.

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