
Numa perspectiva histórica, ao que me parece, o turismo no Espírito Santo nunca foi tão badalado, observado e visto como oportunidade concreta de desenvolvimento econômico e social como no presente. Não que no passado não tivesse sido apontado ou mesmo pautado enquanto potencial e objeto de atenção de políticas para tanto.
Aliás, numa rápida incursão no passado vamos ver que a temática do turismo sempre esteve presente, com maior ou menor intensidade, em estudos prospectivos, planos de desenvolvimento mais amplos ou específicos. São vários, por exemplo, os planos turismo estaduais e municipais elaborados. Muitos dos quais tive a grata oportunidade de participar e contribuir. Porém, os resultados não se mostraram ainda a contento.
Num olhar para a frente, temos agora o Plano ES500 anos, que contemplará os próximos 10 anos. O turismo integra a Missão 1 – “Economia diversificada, inovadora e sustentável” como setor ES 500 e integrando a estratégia “a potencializar”.
Na sua elaboração contou com a participação e engajamento de inúmeras mentes e mãos, e a sua transformação em planos de trabalho e espaço para engajamentos de atores e instituições em ações efetivas já se mostram presentes. Já é uma condição razoável para se avançar em resultados.
Percebe-se que objetivamente temos hoje uma compreensão do turismo mais moderna e contemporânea que vai além do entendimento de um fenômeno puramente econômico que envolve a monetização de trocas de bens e serviços entre pessoas e agentes econômicos. Contempla trocas intangíveis como de valores, ideias, cultura, saberes, porque não sabores, elementos e experiências identitárias e outros atributos mais.
Há um ecossistema de turismo em construção que gradualmente ganha corpo, se consolida, motiva e promove engajamento de instituições e atores. Tem sido importante a integração de instituições como a Secretaria Estadual de Turismo (Setur), o Sebrae-ES, a Fecomércio e o Conselho de Turismo do Espírito Santo (CONTURES).
É importante realçar que as atividades tipicamente turísticas funcionam como se fossem geradoras de excedentes exportáveis. Mas, com uma característica diferenciada das demais exportações pelo simples fato de gerarem impostos e taxas localmente. Condição que ajudará o Espírito Santo quando da vigência plena da reforma tributária, pois a incidência do IVA, novo tributo que substituirá o ICMS e o ISS, se acontecerá no local de destino dos bens e serviços.
O turismo já é significativo no Espírito Santo e está sendo desvelado. As atividades de turismo ocupam algo em torno de 8,7% no total de pessoas ocupadas, formais e informais, no Espírito Santo. E no valor agregado anualmente são responsáveis por aproximadamente 7% do VAB – Valor Agregado Bruto, ou seja, do PIB – Produto Interno Bruto menos os impostos.
A estratégia a ser seguida é a de se produzir, divulgar e consolidar diferenciais que funcionem como atrativos para turistas e investidores.