Depois de seis anos, o Espírito Santo retomou a vice-liderança entre os maiores produtores de petróleo do Brasil, superando São Paulo e ficando atrás apenas do Rio de Janeiro. Dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que, em julho, o estado produziu 211,1 mil barris de petróleo por dia, contra 186 mil barris/dia de São Paulo. O Rio segue isolado na liderança, com 3,4 milhões de barris/dia.
Avanço impulsionado por novas plataformas e multinacionais
Em julho, a produção capixaba avançou 41,4% em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto o gás natural cresceu 66,1%. O segmento offshore (leia-se: operações de exploração e produção de petróleo e gás realizadas em ambientes marítimos, afastados da costa) foi o principal motor, com alta de 42,1% no petróleo e 69,7% no gás.
O resultado reflete a retomada consistente da indústria de óleo e gás no estado, com destaque para a entrada em operação do navio-plataforma FPSO Maria Quitéria, no Campo de Jubarte, que tem capacidade de produzir diariamente até 100 mil barris de óleo e de processar até 5 milhões de metros cúbicos de gás. Outro fator decisivo foi o desempenho de gigantes como a Shell, que vem ampliando a produção nos campos Abalone e Argonauta.
Com esse desempenho, o Espírito Santo respondeu, em julho, por 5,3% da produção nacional de petróleo e 3% da de gás natural. Além da vice-liderança no petróleo, o Estado alcançou a quinta posição entre os maiores produtores de gás do país. O movimento devolve ao Espírito Santo uma posição de prestígio perdida em 2019, quando São Paulo assumiu a vice-liderança impulsionado pelo pré-sal. Entre 2011 e 2018, os capixabas sustentaram a segunda posição nacional, agora recuperada.
Segundo a gerente executiva do Observatório Findes, Marília Silva, a tendência é de continuidade nesse crescimento.
“Estimamos que entre 2024 e 2027, tanto a produção total de petróleo quanto a de gás natural cresçam no Espírito Santo. Esse aumento decorrerá, principalmente, do Projeto Integrado do Parque das Baleias (IPB), da Petrobras; do campo de Wahoo, sob operação da Prio; e do campo de Golfinho, gerido pela BW Energy – todos no ambiente offshore. Já no onshore, a expectativa é de que o aumento da produção venha das recentes descobertas de petróleo constatadas nos últimos anos”, afirma.