As exportações brasileiras de café verde somaram 2,301 milhões de sacas de 60 kg em junho, uma queda de 30,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. O recuo reflete a menor oferta do produto, segundo informou nesta quarta-feira (17) o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Considerando todos os tipos de café, verde, solúvel e industrializado, os embarques totalizaram 2,606 milhões de sacas em junho, volume 27,9% menor na comparação anual.
O café arábica representou a maior parte das exportações do mês, com 1,82 milhão de sacas (-26,9%), enquanto os embarques de robusta (conilon) caíram 42,2%, para 476,3 mil sacas.
Exportação da safra 2024/25 fecha com desempenho histórico de US$ 14,7 bilhões
Apesar da retração em junho, o Brasil — maior produtor e exportador de café do mundo — encerrou a safra 2024/25 com o terceiro maior volume de exportações da história: 45,59 milhões de sacas. O desempenho ficou atrás apenas das safras 2023/24 e 2020/21.
Na receita, no entanto, o país bateu recorde. Os embarques renderam US$ 14,7 bilhões, alta de 49,5% em relação ao ciclo anterior. Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o aumento foi impulsionado pelos preços elevados no segundo semestre de 2024, resultado da baixa produtividade em importantes países produtores, como Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia, afetados por eventos climáticos extremos.
“Os preços, principalmente no segundo semestre de 2024, foram bastante impulsionados por menores potenciais produtivos nos principais produtores mundiais, fato que se observou ao longo de praticamente os últimos cinco anos, quando extremos climáticos afetaram cafezais de Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia. Isso proporcionou uma elevação significativa no valor do café e potencializou a receita cambial recorde de nossas exportações”, analisa o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Principais destinos das exportações de café
Os Estados Unidos lideraram o ranking de importadores na safra 2024/25, com a aquisição de 7,468 milhões de sacas, alta de 5,65% em relação à temporada anterior e 16,4% da participação total.
O anúncio recente do presidente Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% para produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, gerou apreensão no mercado e acelerou a chegada de cargas ao país.
Na sequência, a Alemanha aparece como o segundo maior comprador, com 6,526 milhões de sacas (+0,25%), seguida por Bélgica (3,088 milhões, -21,2%) e Japão (2,293 milhões, -7,38%).
Perfil dos embarques de café
Durante a safra 2024/25, o café arábica se manteve como o principal tipo exportado, com 34,808 milhões de sacas, equivalente a 76,4% do total, mesmo com uma leve queda de 1,9% em relação ao ciclo anterior.
Já o café canéfora (robusta + conilon) totalizou 6,572 milhões de sacas exportadas, recuo de 20,3% e participação de 14,4%. O segmento de café solúvel teve crescimento de 12,6%, com 4,152 milhões de sacas embarcadas, representando 9,1% do total. O café torrado e moído teve a maior alta percentual: 21,3%, com 56.862 sacas exportadas — embora sua fatia ainda represente apenas 0,1% do total.