O Espírito Santo exportou, apenas no mês de junho, 492.881 sacas de café, gerando uma receita de US$ 147,6 milhões, segundo dados do Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV). O preço médio por saca foi de US$ 299,63. Ao todo, 1.540 contêineres saíram do estado com destino ao exterior, carregando 28.376 sacas de café arábica, 414.563 de conilon e 49.942 de café solúvel.
Com isso, a receita cambial acumulada no primeiro semestre de 2025 já soma US$ 514,7 milhões, com a exportação de 1.631.484 sacas de 60kg, a um preço médio de US$ 315,52 por saca.
Do total exportado no semestre, 1.121.735 sacas foram de café conilon, variedade da qual o Espírito Santo é o maior produtor nacional. Essas vendas movimentaram US$ 339,9 milhões, a um preço médio de US$ 303,06.
Já o café arábica representou 271.448 sacas, gerando US$ 105,8 milhões, com média de US$ 390 por saca. O café solúvel somou 238.301 sacas exportadas, com receita de US$ 68,9 milhões e preço médio de US$ 289,33 por saca.
Na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram exportadas 4.055.436 sacas, a um preço médio de US$ 187,38 e receita total de US$ 759,9 milhões, os números deste ano indicam queda no volume, mas aumento expressivo no valor médio das sacas, reflexo do cenário internacional mais pressionado e valorização do produto.
Cenário do mercado de café
O setor cafeeiro brasileiro acompanha com atenção os desdobramentos das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os Estados Unidos são o segundo maior comprador do café capixaba. No primeiro semestre, o país importou 186.452 sacas, o equivalente a 11,4% das exportações do estado.
Márcio Cândido Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), destaca que, apesar da tensão comercial, o café brasileiro tem uma posição estratégica no mercado americano.
“O café é a commodity brasileira mais avançada nas negociações com o governo americano. Isso não é só mérito do Brasil, mas do que o café representa para a indústria dos Estados Unidos. Para cada dólar exportado, são 43 dólares gerados na economia americana”, explica Márcio.
Ele ressalta que o produto movimenta uma grande cadeia produtiva no país: “São mais de US$ 343 bilhões por ano. Isso representa 2,2 milhões de americanos trabalhando com o café. O café brasileiro é insubstituível para os EUA. Ele satisfaz hábitos de consumo, gera renda, e representa uma parceria de mais de 200 anos entre os dois países”, diz.
De acordo com o presidente do Cecafé, o setor tem atuado junto à National Coffee Association (NCA) e às principais marcas americanas para sensibilizar o parlamento e o governo norte-americano.
“Trabalhamos para que o café tenha uma tarifa zero, ou ao menos equilibrada com a dos nossos concorrentes. O impacto das tarifas vai recair sobre o consumidor final, e os Estados Unidos sabem disso”, afirma Márcio Cândido.
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