As exportações brasileiras de mamão registraram forte crescimento nos primeiros cinco meses de 2025, impulsionadas pela boa oferta nacional, demanda externa aquecida — principalmente da Europa — e um câmbio favorável. De janeiro a maio, o Brasil embarcou mais de 23 mil toneladas da fruta, gerando um faturamento de US$ 30,9 milhões, o que representa um aumento de 31,9% em valor e 31% em volume em relação ao mesmo período de 2024.
No Espírito Santo, maior produtor e exportador nacional da fruta, os resultados também foram positivos. O estado aumentou em 30,7% o volume exportado, passando de 7,1 mil toneladas em 2024 para 9,6 mil toneladas neste ano. O faturamento cresceu 30,9%, saindo de US$ 10,6 milhões para US$ 13,9 milhões. Os dados são da Agrostat, ferramenta do Ministério da Agricultura.
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Com clima e solo favoráveis, a produção capixaba se concentra especialmente nas regiões Norte e Noroeste, com destaque para municípios como Pinheiros, Montanha, Linhares, São Mateus, Boa Esperança, Pedro Canário, Sooretama, Vila Valério, Aracruz e Jaguaré.
Em 2023, o Espírito Santo produziu 352 mil toneladas de mamão e movimentou R$ 1,1 bilhão com a cultura, consolidando sua importância econômica no agronegócio capixaba.
Preços oscilaram em junho, mas tendência é de alta com menor oferta
No primeiro decêndio de junho, os preços do mamão formosa ficaram estáveis na maioria dos mercados, com algumas altas expressivas, como na Ceagesp – Franca (16,7%) e Ceasa/ES – Vitória (18,75%). Já o mamão papaya teve elevações relevantes em Belo Horizonte (40%) e Campinas (40,7%).
No entanto, o mês de maio foi marcado por queda generalizada das cotações nas centrais de abastecimento, com retrações de até 36% em algumas praças. A principal causa foi o aumento da oferta do mamão formosa, sobretudo vindo do norte capixaba e sul baiano. A produtividade elevada garantiu rentabilidade aos produtores mesmo com os preços mais baixos. Por outro lado, a demanda enfraquecida, devido ao clima mais frio, também pressionou os valores.
A Conab estima que com o avanço do inverno e a previsão de chuvas abaixo da média e temperaturas levemente acima nas principais regiões produtoras, espera-se que o amadurecimento das frutas ocorra de forma mais lenta, o que tende a reduzir a oferta e sustentar os preços em patamares mais altos ao longo de julho.
Papaya sofre mais com clima e qualidade
A variedade papaya enfrentou maiores dificuldades. As oscilações climáticas no final de 2024 e início de 2025, com excesso de chuvas e calor, afetaram o desenvolvimento dos frutos, resultando em frutas menores e de menor qualidade, o que impactou diretamente o consumo e os preços. Além disso, a presença de doenças fúngicas em algumas regiões produtoras e a concorrência com o formosa, mais barato, contribuíram para o cenário instável de comercialização.
Espírito Santo entre os líderes de fornecimento
Mesmo com uma leve queda na comparação com abril, o Espírito Santo foi a segunda principal origem de mamão enviado para as Ceasas brasileiras em maio, com 11,05 mil toneladas — atrás apenas da Bahia.
As duas praças seguem liderando os carregamentos para o mercado interno, seguidas por Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo. Ao todo, as Ceasas analisadas comercializaram 33,1 mil toneladas da fruta em maio, uma redução de 1,8% em relação ao mês anterior.
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