As exportações de mamão do Espírito Santo registraram forte alta entre janeiro e agosto de 2025. O volume embarcado subiu 21,3%, passando de 12,2 mil para 14,8 mil toneladas. A receita avançou 20,7%, de US$ 17,9 milhões para US$ 21,6 milhões na comparação com o mesmo período de 2024.
No cenário nacional, o Brasil exportou 36,4 mil toneladas nos primeiros oito meses de 2025, alta de 30,25% sobre 2024. Somente em agosto, os embarques foram 42% maiores que no mesmo mês do ano passado, mas 8,7% menores em relação a julho deste ano. O faturamento acumulado atingiu US$ 49,3 milhões, crescimento de 32,6% frente ao mesmo intervalo de 2024.
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Europa concentra maior parte das compras de mamão
Portugal (31%), Espanha (16%) e Reino Unido (13%) lideraram a lista de destinos, enquanto Espírito Santo e Rio Grande do Norte se destacaram como principais exportadores. A boa oferta no primeiro semestre, combinada à demanda firme da Europa e ao câmbio favorável, sustentou o ritmo das vendas, tendência que deve se manter até o fim do ano se houver continuidade na produção de qualidade em polos da Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba.
No Espírito Santo, entre as 14,8 mil toneladas exportadas, os maiores compradores foram Portugal (3,7 mil toneladas), Estados Unidos (1,9 mil toneladas), Reino Unido (1,89 mil toneladas), Espanha (1,83 mil toneladas) e Países Baixos (1,79 mil toneladas).
Mercado interno
No Brasil, os preços do mamão caíram em quase todas as Ceasas em agosto, com exceção da Ceasa/GO – Goiânia (+8,73%). As maiores quedas ocorreram em Belo Horizonte (-29,25%), Campinas (-32,5%) e Vitória (-37,04%). A média ponderada mostrou retração de 16,34%.
Em contrapartida, a quantidade comercializada aumentou em Campinas (+27%) e Belo Horizonte (+19%), mas caiu em Goiânia (-42%). Comparado a agosto de 2024, destaque para a queda em Vitória (-35,6%) e alta em Belo Horizonte (+11,6%).
O aumento da oferta em agosto esteve ligado às temperaturas mais altas nas áreas produtoras, que aceleraram o amadurecimento das frutas. A amplitude térmica, com noites mais frias, favoreceu problemas fitossanitários que prejudicaram a qualidade de alguns lotes.
“Com maior disponibilidade e demanda estável, os preços recuaram, sobretudo para a variedade formosa. Já o papaya chegou a ter alta no início do mês, mas terminou em queda. Essa conjuntura pressionou as margens dos produtores, especialmente no norte capixaba e no sul da Bahia”, destacou a Conab.
Para setembro, a expectativa é de oscilação de preços, com viés de alta para o papaya, em função do controle de oferta adotado por produtores.
Abastecimento nas Ceasas
As praças baianas e capixabas concentraram os carregamentos em agosto. A Bahia respondeu por 12,29 mil toneladas (queda de 6,9% em relação a junho), seguida pelo Espírito Santo, com 10,54 mil toneladas (alta de 31,7% sobre julho). Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo completaram a lista. No total, 29,94 mil toneladas foram comercializadas, leve queda de 1,05% frente a julho.
Na primeira quinzena de setembro, os preços do formosa oscilaram bastante: destaque para queda em Ribeirão Preto (-44,81%) e alta em Patos/PB (+22,35%). Para o papaya, os preços ficaram estáveis ou em alta, com avanços expressivos em São Paulo (+56,98%) e Belo Horizonte (+56,49%).
Segundo o Inmet, a previsão de chuvas entre setembro e novembro está na média ou levemente acima dela em regiões da Bahia, norte capixaba e outras áreas do Nordeste. As temperaturas devem se manter um pouco acima da média nacional, o que pode acelerar o amadurecimento, ajudar no controle de doenças fúngicas e ampliar a disponibilidade de frutas de qualidade para exportação, especialmente no Rio Grande do Norte.
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