
De uma fazenda em Linhares para as prateleiras internacionais: a Cachaçaria Princesa Isabel, uma das mais tradicionais e premiadas do Espírito Santo, deu início a um plano de expansão que vai dobrar sua capacidade produtiva e abrir as portas para novos mercados. A nova fase é marcada por um investimento de R$ 3 milhões, que permitirá à marca ampliar as exportações já realizadas para países como Itália e Estados Unidos e estrear em novos destinos, como a China, além de fortalecer a presença em outros estados brasileiros.
Produção ‘de ponta a ponta’ garante padrão, aponta diretor

Fundada em 2013 por Adão Cellia, a Cachaçaria Princesa Isabel nasceu com a proposta de transformar o cultivo de cana da Fazenda Tupã, em Linhares, em um produto com ‘DNA capixaba’. O nome é uma homenagem à esposa do fundador, Isabel de Moraes Cellia, que hoje, junto aos filhos Pedro e Gabriela Cellia, comanda o negócio familiar.
Nos primeiros anos, o foco esteve na formação de estoques envelhecidos. A comercialização começou em 2016, e desde então o portfólio cresceu com novos rótulos e bebidas – além das cachaças, o Mar Dry Gin e a Amplify Vodka, também produzidos na fazenda.
Com a expansão, a destilaria vai dobrar a área plantada, modernizar o engenho e instalar novos alambiques, o que elevará a produção anual de 38 mil para 80 mil litros até 2026.
“Hoje a gente vende praticamente toda a produção dentro do Espírito Santo. Estamos no limite da capacidade. Esse investimento vai permitir crescer, exportar mais e levar a nossa cachaça capixaba para outros países”, afirma Pedro Cellia.
A ideia, segundo ele, é ter produção suficiente para alcançar novos mercados, tanto em outros estados do país, como Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, como internacionais: hoje, a empresa já exporta para a Itália e EUA, mas quer chegar também à China, onde o consumo de destilados cresce em ritmo acelerado.
“O chinês tem um hábito de consumo de destilados muito forte, até maior que o europeu. Já estamos com o processo de registro na região e agora, com essa expansão, vamos avançar com equipe de vendas local para iniciar a operação”, explica o empresário.
Instalada entre o rio Doce e a Serra do Mar, a Fazenda Tupã reúne todas as etapas da cadeia produtiva – do plantio à garrafa final. As variedades de cana são cultivadas na própria propriedade, com colheita manual, moagem em até 12 horas e fermentação natural, práticas que, de acordo com Pedro, garantem padrão artesanal e qualidade reconhecida.
“Nosso diferencial é dominar todo o processo, do cultivo da cana ao engarrafamento. Isso nos dá controle total sobre a qualidade e permite entregar um destilado genuinamente capixaba, com identidade, história e propósito”, conclui.