O mercado automotivo brasileiro passa por uma virada inédita. Em apenas dois anos, a participação das montadoras chinesas nas vendas de veículos novos saltou de 1% para 10%, impulsionada pela combinação de tecnologia avançada, design e preços competitivos. De olho nesse movimento, o Grupo Orletti, um dos principais conglomerados automotivos do Espírito Santo, está investindo cerca de R$ 50 milhões para trazer ao estado cinco marcas de origem chinesa — Jetour, MG, Omoda, Jaecoo e Geely. O investimento contempla aquisição de imóveis, construção de novas estruturas e capital de giro para as operações. Entenda.
“Os chineses dominam a tecnologia dos eletrificados”, diz Wagner Orletti
De acordo com o CEO do grupo, Wagner Orletti, o avanço das montadoras chinesas no Brasil reflete uma transformação estrutural da indústria automotiva, liderada pela tecnologia dos veículos eletrificados e pela competitividade crescente das marcas asiáticas. Dessa lógica, segundo ele, vem a decisão de trazer as marcas para o mercado capixaba.
Leia também
“A gente entende que os eletrificados são a tendência de mercado. E os chineses hoje dominam a tecnologia dos eletrificados. Estão chegando com extrema competitividade. A aceitação está grande, pela tecnologia embarcada e pelos diferenciais que esses carros vêm apresentando”, completa.
As primeiras a chegarem ao estado neste ano foram Omoda e Jaecoo, por meio da Orvel, empresa que integra o grupo capixaba. As duas marcas pertencem à montadora Chery e chegam com estratégias complementares: a Omoda aposta em design futurista e conectividade, enquanto a Jaecoo foca em SUVs mais robustos. As duas expandem sua atuação no Brasil com modelos elétricos e híbridos, alinhadas às novas tendências do setor.
Agora, o grupo tem novas apostas: a Jetour foca em SUVs off-road premium — uma proposta próxima à da Land Rover, e já ultrapassou 1,5 milhão de veículos vendidos globalmente. A MG Motor, marca britânica com 100 anos de história, combina design esportivo com a tecnologia elétrica desenvolvida pelo grupo chinês SAIC Motor, atual controlador da marca.
Fechando o portfólio, a Geely, uma das maiores montadoras da China e dona de marcas como Volvo, Lotus e Lynk & Co, que retornou ao Brasil com veículos 100% elétricos.
“Cada marca tem seu público e características próprias. Elas representam o que há de mais avançado no setor automotivo, unindo tecnologia, eficiência e design com um preço competitivo. É uma nova fase do mercado, e o Espírito Santo está inserido nesse movimento”, conclui Orletti.
Leia também:
Colunista
Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.
