O futuro do café é no Brasil, afirma CEO da Neumann

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) reuniu, entre os dias 2 e 4 de julho de 2025, em Campinas/SP, os principais tomadores de decisão de todos os elos da cadeia produtiva cafeeira nacional e internacional, durante a 10ª edição do Coffee Dinner & Summit.

Com o tema “O futuro do fluxo do comércio: protagonismo e liderança dos Cafés do Brasil”, o evento promoveu debates sobre desafios e oportunidades que impactam diretamente as nações produtoras de café, como as adversidades econômicas, climáticas, regulatórias, logísticas e socioambientais. A proposta central foi analisar o papel do Brasil, maior produtor mundial, na construção de um comércio global estruturado sob critérios ESG e pautado em abastecimento seguro e sustentável.

Um dos grandes destaques foi a presença ativa do Espírito Santo, que se consolidou como referência global ao integrar toda a cadeia produtiva do café. Reconhecido por seu volume, sendo o maior produtor de café conilon do Brasil, o estado se posiciona também como o mais preparado para entregar qualidade, sustentabilidade e logística ao mundo.

Em um cenário que exige rastreabilidade além da origem, com comprovação documental e conformidade regulatória, o Espírito Santo ganha protagonismo graças à atuação conjunta de instituições públicas, privadas e centros de pesquisa. Essa articulação tem feito do estado um modelo internacional de cafeicultura sustentável, com reconhecimento de importantes organizações e autoridades globais. Até 2030, a meta é ambiciosa: alcançar 35 mil propriedades com currículo de sustentabilidade implantado, prontas para acessar os mercados mais exigentes do mundo.

Sustentabilidade com história

Outro momento simbólico do evento foi a celebração dos 90 anos do Grupo Tristão, cuja história se confunde com a própria evolução da cafeicultura capixaba. Durante a cerimônia de abertura, Sérgio Tristão, presidente do grupo, resgatou a trajetória da companhia, de uma pequena loja de secos e molhados no interior do Espírito Santo à liderança nacional nas exportações e na industrialização do café conilon.

Entre os marcos dessa história estão: a fundação da exportadora Tristão Trading em 1960; a criação da Realcafé Solúvel nos anos 1970, em meio ao processo de erradicação do café no estado; e a aposta pioneira no conilon, hoje base da produção capixaba. O grupo também foi responsável por consolidar o Espírito Santo como polo produtor e exportador, com presença nas bolsas de Nova York e Londres e com expansão internacional já na década de 1980.

Com sucessões bem estruturadas e uma gestão intergeracional sólida, a empresa mantém até hoje seu compromisso com a inovação, o produtor e o desenvolvimento sustentável da cafeicultura. Um legado que ultrapassa os muros da companhia e que segue impactando positivamente todo o ecossistema cafeeiro capixaba.

Espírito Santo: pilar do futuro cafeeiro brasileiro

Hoje, o Espírito Santo colhe os frutos dessa visão de futuro. Produzindo cerca de 18 milhões de sacas por ano, o estado não é apenas destaque em produtividade, mas também se consolida como modelo em práticas sustentáveis, rastreabilidade e agricultura regenerativa.

Sua relevância estratégica para o Brasil e para o mundo está ancorada em três pilares: qualidade, sustentabilidade e logística integrada. Essa atuação coesa e transformadora fortalece o papel do Brasil como líder global no café e mostra, na prática, como a união entre produtores, empresas e instituições pode construir um futuro sólido e resiliente para toda a cadeia cafeeira.

O futuro do café é no Brasil, e ele tem endereço certo: o Espírito Santo.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio

Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.