Orlando Caliman: trajetórias descobertas no Plano ES 500

Nesta semana, o Espírito Santo lançou o ES 500 Anos: o plano de longo prazo que direcionará o seu desenvolvimento nos próximos 10 anos. A referência aos 500 anos é em alusão ao aniversário de sua colonização do estado. Nada de novo ou inédito, mas sim a exposição de um instrumento balizador e direcionador do desenvolvimento que foi construído à luz de trajetórias descobertas ao longo dos últimos 20 anos. Confira a análise do diretor econômico da Futura, Orlando Caliman.

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Por Orlando Caliman*

Não estamos falando aqui de um novo plano, algo que substitua os anteriores – mas, sim, de um movimento, um estágio evolutivo de uma sequência de planos, que da mesma forma que os anteriores evoluem em aprendizado, leituras e avaliações de novos contextos e novas visões. O ES 2025, de 2006, o ES 2030, de 2013, e inúmeros planos setoriais e regionais que o precederam, também o inspiraram e o balizaram. Algo que podemos considerar inédito no país e que nos coloca na condição de sermos aquela sua diminuta parcela territorial que está dando certo.

E que, agora, com o ES 500 Anos se projeta e se prepara, em moto contínuo, para dar certo também no futuro, mesmo que num mundo cada vez mais incerto e desafiador. Além de reforçar-se em características como múltipla institucionalidade, participação, cooperação, colaboração, parcerias e governança.

O ‘novo plano’ deve ser lido e entendido como um plano de “Estado” e não exclusivo de governos ou instituições. Como tal, além da territorialidade determinada, o território capixaba, congrega uma determinada sociedade, complexa por natureza, e composta por múltiplos atores, instituições, lideranças e pessoas com os mais diversos, diferentes e até conflitivos interesses.

São condições que fazem dele algo como um documento que expressa, num sentido do coletivo, leituras do legado que nos trouxe até o momento, percepções de transformações e tendências; visões de futuro, ou seja, que expressam desejos de futuro; descobertas de trajetórias, legado do aprendizado no tempo; missões, que focam em compromissos estratégico; metas, onde queremos e podemos chegar em cada missão e objetivos; e diretrizes, que orientam onde devem ser focadas esforços e as ações. Soa como um mapa de navegação para águas tendencialmente mais revoltas.

Especificamente para a economia capixaba, reportando-me à Missão 1 do ES 500 Anos – economia diversificada, inovadora e sustentável -, a “compulsoriedade” da tarefa da busca por mercados para além das suas fronteiras condiciona o Espírito Santo a olhares estratégicos para “janelas” de oportunidades para além de suas fronteiras, no Brasil e no mundo. E internamente, expandir o seu mercado interno, principalmente pela via da produtividade, expansão do turismo e incremento da massa de consumo, já antecipando-se à reforma tributária.

Nessa tarefa o Plano ES500 Anos aponta quais setores, denominados de Setores ES 500, num sentido amplo, bem como define estratégias de abordagem a serem seguidas para cada um deles. São setores a potencializar, como o de turismo, agroalimentar, novas tecnologias e serviços digitais, economia criativa, saúde e ciências da vida; a desenvolver: bioeconomia, energia, logística, complexo minero-metalúrgico e metalmecânico e química, dentre outros; a manter e crescer: rochas, madeira e móveis, confecção, construção, celulose e petróleo, dentre outras.

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Ricardo Frizera

Colunista

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 9 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 9 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.