
O Espírito Santo tem condições de dar um salto histórico no turismo brasileiro e figurar, em até cinco anos, entre os dez destinos mais procurados do país. A projeção é de Fabio Godinho, CEO da CVC, que participou do BUY ES e detalhou os fatores que podem transformar o estado em um novo polo nacional. “O Espírito Santo tem condição de movimentar dez vezes mais do que movimenta agora”, afirmou o executivo.
O que pode mudar o patamar do turismo capixaba?
O primeiro é que o destino já está pronto. Segundo Godinho, não se trata de criar uma nova rota, mas de dar escala ao que já existe: praias, montanhas, rede hoteleira consolidada, infraestrutura, segurança e diversidade de produtos turísticos. Ainda assim, o estado ocupa apenas o 29º lugar entre os destinos mais vendidos da CVC – foi o 33º no ano passado. “O Espírito Santo tem praia, tem montanha, tem infraestrutura, tem segurança e boa rede hoteleira. O produto tem todos os atributos necessários para o que a gente precisa para vender”, afirmou.
O segundo ponto é o price point (na prática, escala de preços) altamente competitivo – um diferencial apontado pelo CEO como decisivo para ampliar a atração de visitantes. Godinho apontou que, hoje, o Espírito Santo é o destino de praia mais barato do país quando o pacote inclui transporte aéreo saindo dos principais mercados emissores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
“É o destino de praia saindo de avião mais barato que existe a partir de São Paulo. Muito mais barato que Maceió, Natal, Fortaleza ou Pipa”, destacou Godinho. Segundo ele, isso abre espaço para alcançar um público amplo, com forte potencial de conversão.
O terceiro fator é a malha aérea em expansão acima da média nacional. Godinho detalhou que o aeroporto de Vitória deve crescer 12,5% em oferta de voos neste ano – ritmo superior ao mercado doméstico, estimado em 9,5%. “Esse desempenho é positivo e reforça a capacidade de o estado receber mais turistas. A ampliação da conectividade aumenta a confiança de operadoras e agentes para promover o destino”, disse.
Para o CEO da CVC, a oportunidade está clara. E o momento, também. No entanto, ele faz uma ressalva central para que o salto aconteça: continuidade estratégica.
“O plano de turismo precisa ser prioridade de médio e longo prazo. O que precisa é consistência na promoção do destino no ponto de venda. Como exemplo, é exatamente o que fez a Paraíba saltar do 20º destino do ranking de vendas da CVC Corp como um todo, incluindo Brasil e Argentina, pra o ‘top 5’ no ano que vem. Durante cinco anos, houve investimento consistente na promoção, e isso influenciou até a ampliação da malha aérea. No caso do Espírito Santo, produto tem, preço tem, segurança tem, infraestrutura tem. Agora é foco e continuidade”, finalizou.