Inédito no país, o Fundo de Descarbonização – que terá um aporte de R$ 500 milhões com recursos do Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Funses) – deve começar a rodar antes de novembro, quando será realizada a COP-30 no Brasil. A iniciativa está em fase de seleção da gestora, que ficará responsável pela estruturação e administração do fundo. O projeto visa financiar iniciativas alinhadas ao Plano Estadual de Descarbonização, que tem como metas a redução das emissões de gases de efeito estufa e a neutralidade de carbono. Entenda.
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Gestora do fundo será conhecida em agosto
A iniciativa, batizada de Fundo de Descarbonização, terá foco exclusivo em financiar projetos e empresas que desenvolvam soluções sustentáveis, como energias renováveis, eficiência energética, biocombustíveis, eletrificação industrial, reflorestamento e agricultura regenerativa, e promovam a descarbonização da economia capixaba.
Segundo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, a expectativa é que o fundo já esteja operando até novembro, quando acontece a COP-30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) no Brasil.
“Com meio bilhão de reais, o Fundo de Descarbonização vem para financiar a transição energética no Espírito Santo. Algo inédito entre os estados brasileiros e até fora do país. O recurso é do nosso Fundo Soberano, que também é único no Brasil. O fundo é aberto, então podemos ter outros cotistas. Empresas que quiserem financiar a transição energética também podem ser cotistas deste fundo”, afirmou o governador durante o evento Brazilian Regional Markets, realizado neste mês pela Apex Partners em Nova York.
O primeiro passo já foi dado: o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) abriu um edital de chamada pública para selecionar a gestora que ficará responsável pela estruturação e administração do fundo. Empresas do Brasil e do exterior podem participar, desde que tenham escritório no Espírito Santo. As propostas podem ser enviadas até 4 de junho.
A regra é que o fundo financie exclusivamente ações alinhadas ao Plano Estadual de Descarbonização, que prevê redução de 27% nas emissões até 2030 e neutralidade de carbono até 2050.
Marcelo Saintive, presidente do Bandes, aponta que a iniciativa é pioneira ao aliar instrumentos do mercado financeiro a metas concretas de combate às mudanças climáticas.
“O Bandes promove esta articulação entre política pública e instrumentos financeiros, com foco em resultados concretos na mitigação das mudanças climáticas. Esperamos atrair gestores com sólida experiência em crédito estruturado, investimentos sustentáveis e atuação regional, capazes de alocar capital com responsabilidade e eficiência”, completa.