As exportações de café pelo Espírito Santo estão prestes a alcançar um recorde histórico. Entre janeiro e outubro de 2025, 3,7 milhões de sacas foram embarcadas pelos portos capixabas, movimentando US$ 1,061 bilhão, segundo dados preliminares do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) — valor que não era registrado desde 2011. Mantido o ritmo dos últimos meses, o estado deve encerrar o ano com 4,4 milhões de sacas exportadas e uma receita cambial recorde de US$ 1,25 bilhão, consolidando o melhor desempenho do século. Entenda.
Menos volume, mais valor: conilon capixaba conquista espaço no mercado internacional
Embora o número de sacas embarcadas seja inferior ao registrado em 2023 e 2024 – quando o Espírito Santo exportou, respectivamente, 5,2 milhões e 8,4 milhões de sacas –, a combinação de preços elevados e de uma oferta menor de produtos deve resultar em uma das maiores receitas cambiais da história do café capixaba.
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Segundo o presidente do CCCV, Fabrício Tristão, o desempenho é resultado de um movimento atípico: menos sacas embarcadas, porém com maior valor por unidade.
“Estamos exportando menos sacas, mas com preços muito mais altos. Isso mostra o fortalecimento do nosso produto e a consolidação do conilon nos principais mercados consumidores. Então, mesmo com menor volume embarcado, a receita cambial cresceu de forma expressiva, e seguiremos exportando em novembro e dezembro. Os estoques estão altos no interior porque o produtor reteve parte da produção, aguardando melhores preços”, explica Tristão.
Ele destaca que a estrutura logística capixaba também contribuiu para o bom resultado. Além das exportações na modalidade break-bulk (embarques de café em big-bags diretamente nos porões dos navios, dispensando contêineres) em terminais da VPorts e da Portocel, o estado também ganhou reforço no Terminal de Vila Velha (TVV), que se tornou o primeiro porto da América Latina a adotar operação remota de portêineres – solução que permite operar equipamentos de grande porte à distância.
Para 2026, o CCCV projeta um cenário otimista. Com boas condições climáticas e investimentos contínuos em mecanização e manejo, a expectativa é de safra expressiva e embarques ainda maiores.
“A melhora significativa das condições da logística portuária capixaba, aliadas à expectativa de uma safra expressiva, devem impulsionar os embarques de café pelo Espírito Santo em 2026. No mês passado, o CCCV visitou importadores europeus junto com representantes da logística do Espírito Santo, fortalecendo o relacionamento comercial e reafirmando o compromisso de escoar o maior volume possível de café para o exterior. Estamos otimistas, mas seguimos acompanhando e apoiando fortemente as melhorias do setor”, conclui Fabrício Tristão.
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Colunista
Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.
