Reforma Tributária exige atenção do agronegócio e pode elevar custo na produção primária, alerta especialista Reforma Tributária exige atenção do agronegócio e pode elevar custo na produção primária, alerta especialista Reforma Tributária exige atenção do agronegócio e pode elevar custo na produção primária, alerta especialista Reforma Tributária exige atenção do agronegócio e pode elevar custo na produção primária, alerta especialista
Reforma Tributária exige atenção do agronegócio e pode elevar custo na produção primária, alerta especialista

A Reforma Tributária aprovada pelo Congresso promete simplificar a cobrança de impostos no Brasil, mas o setor agropecuário precisa ficar atento. Com a extinção de tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, entram em cena dois novos impostos sobre o consumo – a CBS (federal) e o IBS (estadual e municipal) – além do Imposto Seletivo, voltado para produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

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Agronegócio deve se preparar para evitar prejuízos

Para o diretor-executivo da Tess Contabilidade, Arisio Tessarolo, o momento é de planejamento. Ele explica que a reforma deve pesar mais no bolso dos produtores que hoje atuam de forma informal ou com isenções fiscais. “O produtor pessoa física, que não se formalizar, pode acabar arcando com uma carga maior e ficando de fora da cadeia produtiva competitiva”, destaca.

Segundo Tessarolo, a maior preocupação está nas atividades da base da cadeia agropecuária. “Quem trabalha com insumos agrícolas vai sentir o impacto, porque eles deixam de ser isentos. A alíquota será reduzida em 60%, mas ainda assim representa um custo adicional. A vantagem é que o crédito será garantido nas etapas seguintes, o que evita o efeito cascata. O peso será mais sentido na produção primária e na comercialização dentro do mercado interno”, afirma.

Por outro lado, exportadores e agroindústrias tendem a ser beneficiados com o novo modelo, que prevê aproveitamento integral de créditos tributários e manutenção da desoneração nas exportações. “Se funcionar como está no papel, o Brasil pode até ganhar competitividade no mercado internacional”, avalia.

As cooperativas agropecuárias, que têm forte presença no Espírito Santo, também foram contempladas com um regime específico, que mantém a não tributação nas operações entre cooperativa e associado. “O cooperativismo foi respeitado e não será sufocado pela nova carga tributária”, destaca o especialista.

A cesta básica nacional, que inclui produtos in natura como carnes, grãos, frutas e hortaliças, continuará com alíquota zero, mas alimentos processados ainda dependem de regulamentação específica.

A transição para o novo sistema começa em 2026 e vai até 2032. Até lá, a recomendação é se antecipar. “A lógica da tributação muda completamente. Quem entender primeiro, vai se adaptar melhor e sair na frente. Ignorar essa mudança pode significar prejuízo”, alerta Tessarolo.

“Nesse tempo, é fundamental: revisar contratos; atualizar sistemas de gestão e controle fiscal; analisar toda a cadeia de fornecedores, clientes e logística; planejar a compra de máquinas, equipamentos e ativos; simular cenários de custos e preços, já considerando o novo modelo”, complementou.

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio

Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.