Setor de rochas firma acordo com Porto de Abu Dhabi e avança na criação de hub no Oriente Médio

O setor de rochas naturais deu um passo decisivo para atender a uma demanda histórica: criar uma base física permanente no Oriente Médio e reduzir a distância logística que separa o mercado capixaba e brasileiro dos grandes mercados do Golfo. A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) assinou um memorando de entendimento com o Porto de Abu Dhabi — o Abu Dhabi Ports Company, do AD Ports Group —, que consolida o primeiro movimento institucional rumo ao Brazilian Natural Stone Hub, um centro logístico e promocional projetado para ampliar a presença brasileira na região e fortalecer a competitividade das empresas do setor de rochas.

Acordo abre caminho para a primeira base brasileira no Golfo

A criação do hub internacional é considerada. Com ele, empresas capixabas e brasileiras terão acesso a armazenagem dedicada, estoque para pronta entrega, redução de prazos logísticos e presença institucional contínua — condições já exploradas por concorrentes como Itália, Turquia, Índia e China. Agora, com o acordo firmado em Abu Dhabi, o projeto sai do campo das intenções e avança para sua implementação.

Em entrevista recente à Coluna Mundo Business, Fábio Cruz, vice-presidente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) apontou que, com o avanço do hub, o setor dá um passo relevante não apenas para ampliar sua presença no Oriente Médio, mas para se posicionar de forma mais competitiva em uma região que já se consolidou como um dos motores do crescimento das exportações brasileiras de rochas naturais.

“O Oriente Médio vem se mostrando uma região estratégica para quem busca fugir da dependência de mercados tradicionais e alcançar clientes que valorizam diferenciação, qualidade e exclusividade”, destaca.

O movimento ocorre em um momento de forte expansão da demanda regional por rochas naturais. Um dos casos mais emblemáticos é o projeto de revitalização de nove andares do Burj Khalifa, em Dubai, que está sendo convertido de comercial para residencial com revestimento em quartzito brasileiro Taj Mahal.

“Apesar do nome inspirado no monumento indiano, o Taj Mahal é o material brasileiro mais conhecido no mundo. Extraído no Ceará, ele se tornou sinônimo de elegância e luxo evidente”, explica.

Os números ilustram o potencial dessa aproximação. Entre janeiro e outubro de 2025, o Brasil exportou US$ 20,7 milhões em rochas naturais para o Oriente Médio — salto de 146,5% em relação ao ano anterior. Os Emirados Árabes Unidos lideram com US$ 13,5 milhões e alta de 295,8%, seguidos por Israel (US$ 4,2 milhões; +99,7%) e Arábia Saudita (US$ 889,7 mil).

“O hub surge justamente para acelerar esse movimento, oferecendo maior disponibilidade de produtos, redução de prazos logísticos e presença institucional contínua”, reforça Cruz.

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Ricardo Frizera

Colunista

Sócio-diretor da Apex Partners, casa de investimentos com R$ 14 bilhões de reais sob cuidado. Seu propósito é ajudar a colocar o Espírito Santo no mapa. Alcança mais de 1 milhão de pessoas por mês utilizando plataformas de mídia digitais e tradicionais.

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