Drone (Fotus)
Drone (Fotus)

A rotina no campo está passando por uma transformação. No Espírito Santo, produtores de diferentes regiões têm adotado uma tecnologia que, até pouco tempo atrás, parecia distante da realidade rural: os drones pulverizadores. Eles chegaram primeiro como uma solução para a falta de mão de obra – e hoje se tornaram parte da estratégia permanente de quem quer produzir mais, gastar menos e trabalhar com mais segurança.

No Sítio Kirmse, em Colatina, a curva de aprendizado começou ainda em 2019. Gervasio e João viram no drone uma saída para manter a lavoura em dia quando já não havia pessoas suficientes para o trabalho manual. Mas o que começou como necessidade virou vantagem competitiva.

Acompanhe o Folha Business no Instagram

Gervasio Kirmse, experiente produtor de café, fala com simplicidade sobre uma mudança que redefiniu o trabalho no campo: “Começamos com bomba manual, depois passamos para bomba motorizada, mas nada chega perto do drone. O rendimento melhorou muito, o produto rende mais e o serviço fica melhor feito”.

Gervasio e João Kirmse

O produtor, que migrou do trabalho manual para o drone, reforça o impacto: “O rendimento é muito maior. A lavoura fica melhor tratada e a produção aumentou”.

João completa com a visão de quem acompanha de perto a resposta da planta: “Percebemos diferença na lavoura logo no começo. A copa ficou mais vigorosa, o aborto diminuiu, o caroço segurou mais. E o gasto de produto caiu. Hoje é só o drone”.

O que começou como uma solução emergencial acabou virando uma estratégia definitiva nas lavouras de café conilon. A chegada dos drones mudou a lógica do manejo fitossanitário no campo e trouxe ganhos que os produtores já conseguem medir na prática.

João, que começou testando o drone em pequenas áreas, rapidamente percebeu a diferença:  “A economia de produto e o tempo de aplicação chamaram atenção. A lavoura respondeu com mais vitalidade, segurando mais caroço e com menos aborto.”

O efeito combinado, menos insumo, mais uniformidade e mais produtividade, criou um novo padrão de manejo. O trabalho que antes tomava dias de aplicação manual agora leva minutos, sem compactar o solo e sem expor ninguém ao contato direto com defensivos.

Essa transformação também chamou atenção do mercado. A Fotus Agro, empresa capixaba do Grupo Litoral, identificou no cenário uma oportunidade: trazer para o Brasil e para o Espírito Santo uma tecnologia que responde exatamente ao principal desafio do produtor capixaba, o relevo.

O engenheiro agrônomo Victor Gomes, da Fotus Agro, explica que a tecnologia foi pensada justamente para regiões de montanha, como as capixabas. “Quando você tem um equipamento que desvia obstáculos, acompanha o relevo e entrega resultado real no controle de pragas e doenças, ele se torna uma solução para o produtor.”

O modelo EA-60X se destaca pela tecnologia embarcada. Ele possui sistema de percepção para voos automáticos, RTK para precisão e bicos rotativos atomizadores, que garantem gotas mais uniformes, economizando produtos e elevando a eficiência da aplicação.

A aposta da Fotus

Com a crescente demanda por tecnologia no campo, a Fotus Agro está investindo pesado nesse mercado. São R$ 300 milhões aplicados na operação e 2 mil drones trazidos especialmente para o agronegócio.

Para o head da Fotus Agro, Rodolfo Stanke, o equipamento entrega exatamente o que o produtor busca. “O drone reduz o uso de defensivo, diminui a mão de obra, usa menos água e evita o contato direto com o produto. É produtividade com segurança”.

Segundo ele, o produtor toma a decisão rapidamente assim que vê o drone em operação. “Quando ele percebe na prática a economia e o ganho de eficiência, entende que o investimento se paga. E a estrutura do grupo dá segurança para essa compra”.

O engenheiro agrônomo Welington Piske, que já prestava serviços com drones e hoje distribui a tecnologia, resume o motivo da mudança. “O drone hoje é essencial. Ele serve para pulverizar, adubar e até semear. Com o equipamento dentro da fazenda, o produtor não depende de agenda e toma decisões imediatas, sem perder produtividade.”

Com resultados visíveis em poucos dias, especialmente no controle de pragas e na redução de abortamento, a tecnologia se consolida como uma aliada estratégica no café conilon.

Leia também:

Stefany Sampaio
Stefany Sampaio

Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.