
A VLI – companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais no país – acaba de investir R$ 600 milhões para iniciar uma nova fase de operação na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Pela primeira vez, a empresa atuará como Agente Transportador Ferroviário de Cargas (ATF-C), com composições próprias de locomotivas e vagões, operadas diretamente pela companhia ao longo da ferrovia. Até então, o transporte de carga geral era realizado exclusivamente pela Vale – com a mudança, a empresa poderá prestar diretamente o serviço para carga geral ao longo da Vitória-Minas. Entenda.
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Investimentos contemplam aquisição de 50 locomotivas
A mudança acontece após o registro na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em janeiro deste ano, em que a VLI passou a poder operar como Agente Transportador Ferroviário de Cargas (ATF-C) no país. Até então, o transporte de carga geral na EFVM era realizado exclusivamente pela Vale, concessionária da ferrovia.
Para implementar o novo modelo, a VLI prevê a aquisição de cerca de 50 locomotivas e 1.040 vagões – em grande parte, material rodante utilizado pela Vale no antigo modelo da operação –, com investimento estimado em R$ 530 milhões. Além disso, outros R$ 70 milhões serão direcionados para adequações nas instalações voltadas ao transporte de carga geral.
Fábio Marchiori, CEO da VLI, aponta que a estruturação completa está prevista até o segundo semestre de 2026. Além das adequações, estão previstas a contratação de mais de 700 pessoas no Espírito Santo e em Minas Gerais.
“A VLI está atenta a oportunidades advindas de novos modelos operacionais e regulatórios em nome de um atendimento cada vez mais diferenciado aos clientes da companhia. A operação como ATF-C nos propiciará mais autonomia na programação de composições e redução de tempos de parada para troca de equipes e maquinários para transporte de carga”, afirma Marchiori.
Hoje, cerca de 22 milhões de toneladas de cargas de clientes da VLI são transportadas anualmente pela EFVM, no chamado Corredor Leste da companhia, que também abrange a Ferrovia Centro-Atlântica, conectando o Triângulo Mineiro ao Espírito Santo.
A operação, autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), será acompanhada pela agência reguladora. Mesmo com a mudança, a Vale segue responsável pelas obrigações contratuais da EFVM como concessionária, incluindo manutenção da infraestrutura, transporte de passageiros, cargas gerais e minério de ferro.