
Absolum me fisgou já nas primeiras sessões. A fusão entre pancadaria 2D e estrutura roguelike parece óbvia agora, mas só porque o jogo acerta em tudo. Desenvolvido pela Guard Crush Games e publicado pela Dotemu, ele reimagina o gênero com um mundo vibrante, combate técnico e progressão viciante.
Pancadaria, magia e rebelião em Talamh
Absolum se passa em Talamh, uma terra que proibiu a magia após um cataclismo. O vilão é Azra, o Rei-Sol, que ironicamente usa magia para manter seu domínio. Jogamos com quatro rebeldes mágicos tentando derrubá-lo — cada run é uma tentativa, e cada derrota é um aprendizado.

A estrutura roguelike encaixa perfeitamente. Começamos em florestas cheias de goblins, seguimos para pântanos, cavernas e fortalezas imperiais, sempre desbloqueando atalhos, aliados e habilidades. As runs são longas, cheias de escolhas, surpresas e rituais — power-ups elementais que moldam o estilo de jogo. O ciclo “jogar, morrer, evoluir” nunca cansa.
O melhor combate do gênero desde Streets of Rage 4
Absolum leva o combate a um novo patamar. Cada personagem — Galandra, Karl, Cider e Brome — tem estilo próprio, desde espadadas pesadas até magias à distância. Os combos são profundos, com sistema de parry, dodge preciso, ataques técnicos e medidores de pressão. É um beat ‘em up com alma de jogo de luta.

A arte 2D é soberba. Supamonks entrega cenários com tons outonais, animações expressivas e ambientações densas. Cada região tem inimigos únicos, montarias e segredos. A trilha sonora de Gareth Coker completa o pacote com composições mágicas e imersivas. Talamh parece vivo — e perigoso.
Rituals e builds quebradas: o segredo da diversão
O coração do gameplay está nos Rituals — magias que personalizam seu estilo. Pode invocar tornados, plantar armadilhas de espinhos ou soltar relâmpagos ao desviar. Combinar efeitos transforma o combate em um quebra-cabeça estratégico.

A progressão é generosa. A cada run você coleta recursos, desbloqueia habilidades e altera permanentemente o acampamento. Missões secundárias e caminhos alternativos garantem que cada tentativa seja diferente. Mesmo após 30 horas, eu ainda descobria novos segredos.
VEREDITO
Absolum reinventa o beat ‘em up sem perder suas raízes. É técnico, bonito, desafiador e infinitamente rejogável. Seu único pecado? A dificuldade, que pode frustrar até os veteranos. Mas com as opções de acessibilidade, isso é contornável.

Um marco. Um divisor. E talvez, o novo padrão para o gênero.