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Quer fazer dinheiro desenvolvendo games? GovTechs podem ser a solução

Na Headscon Espírito Santo, especialista propõe que estúdios devem focar esforços em criar tecnologias gamificadas para serviços públicos 

Quer fazer dinheiro desenvolvendo games? GovTechs podem ser a solução

O que são GovTechs? De acordo com o site do Governo Federal, “são empresas focadas em tecnologia, processos de trabalho e soluções ágeis, com o propósito de gerar inovação para a gestão pública e auxiliar na economia de recursos públicos”.

Foi com este tema que a Headscon deu início à sua primeira passagem por Espírito Santo nesta sexta-feira (8). Com a palestra “Govtechs e o futuro da gestão pública”, o professor Antonio Isidro da Silva Filho abriu a programação do dia 1, no palco principal do CEET Vasco Coutinho, em Vila Velha.

Isidro, que é Doutor e Mestre em Administração pela Universidade de Brasília (UnB), apresentou dados para demonstrar como a tecnologia pode modernizar, dar mais eficiência e promover a transparência nos serviços públicos. “Nos últimos cinco anos, temos observado essa agenda de transformação do Estado a partir da tecnologia se tornar uma das prioridades nacionais”, explicou, emendando com uma provocação:

“Este é um dado do relatório do Fórum Econômico Mundial: há uma previsão de que, até 2034, exista algo em torno de US$ 9 trilhões em oportunidades para o segmento Govtech.”

“Existe uma agenda global de transformação pública a partir da tecnologia, e uma agenda crescente de investimento”, completou, “não só de fundos públicos, mas também no investimento privado, para acelerar negócios digitais, games e soluções de tecnologia para serviços com interação com o cidadão.”

O Papel das GovTechs na Modernização da Administração Pública

Em resumo, as GoveTechs desempenham papel crucial na modernização da administração pública, utilizando tecnologias inovadoras para aumentar a eficiência, transparência e engajamento dos cidadãos nos serviços públicos. E o Brasil, em especial, é um país que poderia explorar a área de Govtechs por conta de suas características únicas.

“É um mercado que tem crescimento contínuo, uma vez que as demandas públicas sempre estão crescentes, e a sociedade, cada vez mais complexa”, explicou Isidro. “Os problemas que temos de enfrentar em um país tão heterogêneo como o nosso, há sempre demanda pública que pode ser resolvida com tecnologia. Isso significa que é um segmento importante e bastante aberto para novas oportunidades de negócio, novas tecnologias serem desenvolvidas”.

Para exemplificar, Isidro trouxe mais um big number: somente em 2024, o País gastou R$ 237 bilhões com compras de tecnologias. “E a estimativa é que possa chegar a R$ 1 trilhão  até 2030”, disse.

A Relação entre Videogames e o Engajamento do Cidadão

E o que os videogames têm a ver com tudo isso? Para o especialista, trata-se do “segmento que tem maior chance de rapidamente gerar o engajamento do cidadão”. Em outras palavras, “os games fazem isso de forma instantânea, com mecanismos constantes de engajamento, de presença nas plataformas, de construção de comunidades e de maior protagonismo das pessoas”.

Provocando os desenvolvedores de jogos na plateia da Headscon ES, Isidro deu exemplos de como sistemas gamificados podem ajudar a resolver problemas diversos de políticas públicas, saúde, educação, segurança e saneamento: “Imagine como se poderia reduzir o consumo de energia em um município ao gamificar o gasto e a relação que as pessoas têm com o pagamento da conta? Ou gamificar o processo de diminuição da evasão escolar, o aumento da cobertura vacinal, ou o processo de redução de fila de consultas e exames…”

Por fim, Isidro deu sua dica:

“[Govtech] é um mercado que vocês podem olhar com mais carinho e atenção: como o seu jogo, a sua plataforma, ou a sua tecnologia poderiam efetivamente solucionar um problema público da sua região?”.

A Headscon ES acontece de 8 a 10 de agosto de 2025, no CEET Vasco Coutinho, em Vila Velha (ES), com entrada gratuita. Durante três dias, o público pode conferir painéis de discussão com especialistas, mostra competitiva de games, concursos de cosplay, áreas de board games e espaços de comunidade que celebram a cultura gamer e a economia criativa. As vagas são limitadas e os ingressos para garantir o acesso devem ser obtidos pelo Sympla.

Fonte: Pablo Miyazawa, da Agência Collab na Headscon Espírito Santo 2025

Rômulo Justen
Rômulo Justen

Editor de Games

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.