
Mortal Kombat Legacy Kollection chegou e já é considerado uma das melhores coletâneas de jogos de luta já lançadas. Com (quase) todas as versões dos jogos da série para diferentes consoles e arcades incluídas, chamamos o incrível Alan “Speed”, speedrunner brasileiro e recordista mundial de Mortal Kombat, para dar sua opinião sobre o jogo.

Speed, sendo bem direto: qual é a melhor versão do Legacy Kollection?
Speed: Vamos lá: a melhor versão, sem sombra de dúvida, é a da Steam. O tempo de resposta é melhor e o jogo está mais fluido. Sobre quantidade de jogadores ainda é cedo para cravar, mas, hoje, a diferença da Steam para as outras versões é incomparável.
Você é referência em speedruns, mas pretende competir nos campeonatos que devem surgir com essa versão?
Speed: Com certeza. Competia muito no passado. Hoje atuo mais como caster de jogos modernos, mas meu favorito sempre foi o PVP. No ano passado, por exemplo, fui ao Maranhão, enfrentei jogadores de vários estados — Manaus, Piauí, Tocantins, São Paulo, entre outros — e ganhei o torneio. Agora estamos falando em cenário mundial; para isso, o jogo ainda precisa dar passos mais largos.

Sentiu diferença entre os jogos originais e esta versão adaptada?
Speed: Sim e não. No PlayStation 5, ainda vou testar a fundo, mas estimo algo como sete frames de delay — é praticamente um “porte do porte”. Está ruim no PS5, pelo menos no lançamento; se for comprar, pegue outra versão. Ao comprar no PS5 você pode baixar a de PS4: fiz isso e senti melhora, algo na casa de três a quatro frames offline.
No PC, o delay nativo fica em um a dois frames (talvez um frame offline). O PC está muito à frente. Em carregamento é parecido, mas em estabilidade o PC está mais fiel ao que conhecemos. Ainda é cedo para cravar diferenças frente aos consoles originais, porém, na minha visão, Super Nintendo, PlayStation e Arcade ficaram mais próximos aqui do que em qualquer emulador.
Digo isso por causa do frame skip: muitos emuladores são dos anos 2000; no Windows 10/11 fica ruim, no Windows 7 até roda bem porque foi feito para aquele sistema 32 bits. No Legacy, não há essa perda de frames: o tempo de resposta está surreal — especialmente na Trilogy. Aposto muito no Legacy. Existe uma diferença (pequena), mas é cedo para medir o quanto isso impacta — e pode ser ajustado.

O que você espera para o competitivo do jogo?
Speed: Hoje, o Legacy não tem nada competitivo. A Digital Eclipse já havia dito que no início não teria, e foi o que aconteceu. Existe só o quick match, em que você cai com qualquer pessoa aleatória — dá para filtrar por conexões próximas, o que é ótimo.
Informações quentes (extraoficiais) indicam que devem chegar lobbies para 16 players, o modo Rei do Pedaço/King of the Hill (nos moldes do MK9) e ranqueadas nas próximas semanas. Eles falaram que começariam testando o online — e, de fato, não está bom. Mesmo no PC, não está jogável no momento e ainda fica atrás do emulador. Mas isso deve ser ajustado.
Veredito: vale a pena comprar o Legacy Kollection agora?
Speed: No PC, vale. Pelo preço, é o único lugar em que eu recomendo hoje. No Xbox, muita gente disse que está rodando bem; eu não tenho Xbox, então não posso confirmar, mas amigos que entendem de competitivo e de coletânea falaram que está bacana — quem tiver pode arriscar e depois contar para a gente nas redes.

Sobre preço, vi R$ 120,00 e, no lançamento, algo como R$ 130,00. No geral, o Mortal Kombat Legacy entregou muito para um primeiro dia — foi uma grata surpresa. O modo de treinamento, o rewind (voltar no tempo para praticar), save state… tem muita coisa. Eu mesmo vou postar bastante: em uma semana devo soltar 10, 15, 20 conteúdos, porque há muitos detalhes — assim como a WaveNet, que a gente comenta melhor numa próxima.
O que você achou da versão WaveNet?
Speed: A WaveNet é como uma “edição final” do Ultimate 3 — uma revisão interna, nunca lançada ao público, que a lenda diz que pouquíssimas pessoas jogaram. Em 1997 já dava para jogar via internet (conexão T1). 
Ainda estamos descobrindo o conteúdo, mas dá para notar que alguns infinitos não existem: se você tentar repetir um loop, o jogo força a falha do golpe. Exemplo: não dá para ficar em infinito com os tiros do Stryker; chega uma hora que o jogo “manda parar”.

Outra diferença: Noob Saibot está presente. No Ultimate “normal” ele não é jogável (só apareceu jogável no Super Nintendo). Há também nerfs em personagens — no Cabal, por exemplo: antes da corrida ele brilha, o que ajuda a identificar e reduz a apelação.
No geral, é ótima para brincar e testar o que mudou — acertaram em trazê-la para a coletânea. Competitivamente, porém, não é uma boa versão: é diferente demais para o meta.
Speed está trazendo todos os detalhes de Mortal Kombat Legacy Kollection em suas lives no YouTube e você pode acompanhar em https://www.youtube.com/canalbyspeed
 
					 
			
		 
			
		 
						 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		