Nintendo vence processo contra streamer que pirateou games

Jesse Keighin, conhecido por transmitir versões piratas de jogos do Nintendo Switch antes do lançamento oficial, perdeu um processo movido pela própria Nintendo e agora deverá pagar US$ 17.500 em danos. O caso envolveu títulos como Mario & Luigi: Brothership, que ele teria transmitido ilegalmente em seu canal.

A ação judicial começou após Keighin não apenas ignorar os strikes de copyright enviados pela empresa, como também provocar abertamente a Nintendo nas redes sociais. Ele chegou a compartilhar métodos de pirataria e, em resposta à notificação oficial da empresa, escreveu: “CAPITALISMO É CÂNCER! MEU CANAL ESTÁ SENDO DELETADO POR COMPARTILHAR GAMEPLAYS! ESSE É SEU PRÊMIO!”

O juiz do caso, Gordon P. Gallagher, emitiu uma liminar proibindo Keighin de transmitir qualquer conteúdo que infrinja direitos autorais da Nintendo. Além disso, ele está proibido de usar ou distribuir emuladores de Switch, chaves criptográficas da empresa ou qualquer software que burle as proteções tecnológicas dos jogos. O pedido da Nintendo para confiscar ferramentas usadas na pirataria foi negado por falta de clareza e provas.

Um dos trechos mais controversos do processo foi a alegação da Nintendo de que Keighin ameaçou verbalmente uma advogada da empresa por e-mail e depois zombou da tentativa de notificação judicial em sua conta do Facebook. Ele teria postado frases como: “Você pode comandar uma corporação. Eu comando as ruas.”

Mesmo diante da gravidade das acusações e da possibilidade de ser condenado a pagar mais de US$ 1 milhão, Keighin optou por não montar nenhuma defesa legal. A decisão de Gallagher refletiu o comportamento contínuo do réu, que demonstrou desdém pelo sistema judicial e pelas regras de propriedade intelectual.

Esse processo se insere na política de tolerância zero da Nintendo contra qualquer tipo de incentivo à pirataria. A empresa também processou recentemente desenvolvedores de emuladores como o Yuzu, que permitiam rodar jogos de Switch em PCs e dispositivos como o Steam Deck — mesmo para usuários que possuíam os jogos legalmente.

O momento é estratégico: a empresa busca proteger o lançamento do Switch 2, que até o momento não sofreu grandes vazamentos ou ataques piratas. Ainda assim, a repressão jurídica parece ser o principal escudo da Nintendo no combate à violação de suas propriedades intelectuais.

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Rômulo Justen
Rômulo Justen

Editor de Games

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.