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Review | Bravely Default HD Remaster no Switch 2: um JRPG incrível

Review | Bravely Default HD Remaster no Switch 2: um JRPG incrível

Tem jogos que a gente joga e esquece. E tem jogos como Bravely Default, uma daquelas experiências que marcam a gente. Onze anos atrás, no meu 3DS, eu fiquei completamente vidrado.

A jogabilidade, que lembrava os clássicos Final Fantasy, e uma história cheia de reviravoltas me prenderam de um jeito que beirava o insalubre. Passei horas e horas conseguindo todos os jobs, fazendo cada missão secundária e upando meus personagens até o final épico.

Agora, em 2025, com o novíssimo Switch 2 em mãos, mergulhei em Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster e, para minha surpresa, a mesma magia aconteceu. Mesmo sabendo o que esperar, este JRPG da Square Enix me fisgou com a mesma força, provando que um grande jogo é, e sempre será, um grande jogo.

Uma história que vale a pena redescobrir

Tudo começa de um jeito dramático. Ouvimos a voz de Agnes Oblige, a Vestal do Vento, pedindo ajuda enquanto seu mundo desmorona. Do outro lado do mapa, o jovem pastor Tiz Arrior vê sua vila, Norende, ser engolida por um abismo gigantesco, o que o torna o único sobrevivente. É nas ruínas de seu antigo lar que ele encontra Agnes e sua companheira, a fada Airy. Juntas, elas têm uma missão: despertar os quatro cristais do mundo para impedir o apocalipse.

A jornada deles logo ganha dois novos e carismáticos membros: Ringabel, um galanteador sem memória que carrega um diário misterioso que parece prever o futuro; e Edea Lee, uma desertora do exército de Eternia, enojada com as táticas cruéis de seus antigos companheiros.

Vou parar por aqui para não dar spoilers. Sério, se você nunca jogou, a beleza de Bravely Default está nas suas reviravoltas. A história é fantástica, os personagens são memoráveis e, mesmo uma década depois, tudo continua funcionando perfeitamente.

O brilho do combate: Brave e Default

O coração de Bravely Default está no seu sistema de batalha por turnos, que é tudo menos tradicional. A mecânica de “Brave” e “Default” muda completamente o jogo. Funciona assim:

  • Default: Seu personagem entra em modo de defesa, recebendo menos dano e, o mais importante, acumulando um Ponto de Bravura (BP). Você pode acumular até 3 BPs.
  • Brave: Você pode gastar BPs para realizar ações extras no mesmo turno. Com 3 BPs acumulados, você pode atacar, curar ou usar uma habilidade quatro vezes seguidas! Mas cuidado: se você usar BPs que não tem (ficando com saldo negativo), seu personagem ficará imóvel nos turnos seguintes para “pagar a dívida”.

Essa dinâmica transforma cada batalha em um pequeno quebra-cabeça estratégico. Em lutas contra inimigos comuns, eu confesso que abusava do sistema: mandava os quatro personagens usarem o Brave quatro vezes logo no primeiro turno para limpar o campo e ganhar XP rapidamente (dá até para criar um comando “Auto” para isso). Já nos chefões, a coisa muda. Acumular turnos com Default para se proteger e depois descarregar uma sequência de ataques no momento certo é uma sensação indescritível de poder e controle.

Minha tática preferida era deixar a Edea ou o Tiz, meus atacantes físicos, acumularem BPs enquanto a Agnes (minha healer) e o Ringabel (meu suporte) reagiam à situação, curando ou aplicando buffs. Quando o chefe dava uma brecha, era a hora do show!

Mais do que um rostinho bonito em HD

A aventura nos leva para viajar pelo mundo, e que mundo! As cidades de Bravely Default sempre tiveram um charme único, com seus cenários desenhados à mão que parecem sair de um livro de contos de fadas.

Nesta versão HD, elas estão simplesmente deslumbrantes. As texturas aprimoradas fazem com que os cenários “pop-up” saltem da tela com uma vivacidade incrível. Os modelos dos personagens, inimigos e chefes também foram refeitos e estão lindos em alta definição.

Mas não é só de beleza que vive o remaster. A Square Enix incluiu várias melhorias de qualidade de vida que são muito bem-vindas:

  • Acelerar o jogo: Uma opção de fast forward que, admito, usei bastante no começo para montar minha equipe mais rápido.
  • Controle de encontros: Você pode ajustar a taxa de encontros de 50% a 200%, perfeito para quando você quer explorar sem interrupções ou fazer aquele grinding para subir de nível.
  • Presets de batalha: Agora é possível salvar até quatro configurações de “Auto-Battle”, o que agiliza muito as lutas rotineiras.

Outra atividade viciante que está de volta é a reconstrução de Norende. Usando “almas” que você coleta nas cidades a cada 24 horas (ou via StreetPass nos velhos tempos), você designa habitantes para reconstruir a vila. Isso desbloqueia itens melhores nas lojas, Golpes Especiais e outros bônus. É ótimo colocar uma galera para trabalhar em uma tarefa e reduzir o tempo de horas para minutos.

Minigames que mostram o poder do Switch 2

Confesso que fiquei surpreso com os dois minigames inéditos. Sinto que Luxencheer Rhythm Catch e Ringabel’s Panic Cruise são uma introdução muito melhor aos novos controles “mouse” dos Joy-Cons do que o próprio Welcome Tour da Nintendo.

Em Panic Cruise, você usa os dois Joy-Cons como se fossem mouses para pilotar um navio, ajustar a altitude, atender pedidos da tripulação e até espantar moscas. É uma demonstração fantástica e divertida da nova tecnologia. Já o Luxencheer é um jogo de ritmo mais clássico, onde você usa os controles para “pegar” as notas musicais com bastões de luz, tudo ao som da trilha sonora espetacular do jogo.

VEREDITO

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster é um JRPG simplesmente notável. A jogabilidade, a história e as mecânicas continuam frescas e relevantes, e agora o jogo está mais bonito e agradável de jogar do que nunca no Switch 2. É, sem dúvida, um título obrigatório para qualquer fã do gênero e uma compra perfeita para acompanhar seu novo console.

NOTA: 9/10

Rômulo Justen
Rômulo Justen

Editor de Games

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.

Jornalista que compila código e combos: troca bugs por chefões desde o Atari 2600. Agora farma XP em action‑RPGs com o filho Noah, sem perder o buff do café.